Localizada na província iraniana do Sistão-Baluchistão, Zahedan assistiu à violência mais mortal até agora das últimas semanas de protestos no Irão.
As manifestações na cidade eclodiram devido à alegada violação sexual de uma menina por parte de um polícia, encaixando-se nos protestos pela morte de Mahsa Amini, de 22 anos, em setembro, que se propagaram por todo o país.
Ativistas estimam que apenas em Zahedan cerca de 100 pessoas foram mortas desde que uma manifestação ocorrida em 30 de setembro desencadeou uma violenta resposta policial.
No entanto, a agência de notícias estatal IRNA divulgou uma declaração do conselho de segurança da província, dizendo que o chefe da polícia de Zahedan e outro agente foram demitidos.
O texto reconheceu pela primeira vez que a polícia disparou e matou pessoas que rezavam numa mesquita próxima dos protestos de 30 de setembro.
A versão do conselho de segurança da manifestação alegou que 150 pessoas, incluindo homens armados, atacaram uma esquadra e tentaram tomá-la durante os protestos.
O "conflito armado e os disparos da polícia, infelizmente, levaram aos ferimentos e à morte de vários fiéis e transeuntes inocentes que não tiveram nenhum papel nos distúrbios", indicou a nota.
Todavia, o documento afirmou que apenas 35 pessoas foram mortas, enquanto ativistas estimam que as forças de segurança mataram cerca de três vezes mais.
O conselho de segurança do Sistão-Baluchistão reconheceu "negligência por parte de alguns funcionários" e prometeu indemnizações às famílias das "vítimas inocentes", além de ações legais contra os envolvidos.
Leia Também: Depois de Rússia e Bielorrússia, Nobel exclui o Irão da cerimónia