Imprensa estrangeira ecoa vitória de Lula e a derrota da extrema-direita
Há ainda um grande destaque dado à "profunda polarização" do Brasil.
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Mundo Brasil/Eleições
Meios de comunicação de todo o mundo fazem hoje eco da vitória de Lula da Silva nas eleições presidenciais do Brasil de domingo, destacando a derrota da extrema-direita, mas também a "profunda polarização" do país.
Na Argentina, um dos países vizinhos do Brasil, o jornal Clarin sublinha como as eleições foram "uma luta voto a voto", entre Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT, esquerda) e Jair Bolsonaro (extrema-direita), com o primeiro a vencer por uma diferença inferior a dois pontos percentuais.
Lula da Silva, com 50,9% dos votos, quando estavam contados 99,8%, "volta à Presidência 12 anos depois", por uma "escassa margem" e "terá de ter cintura política para negociar com o parlamento" e "para recuperar uma economia em crise", acrescenta o Clarin.
Também na Argentina, o La Nación diz que Lula da Silva "conseguiu a sua ressurreição política" depois de "uma campanha traumática que dividiu como nunca" o Brasil na história recente.
Ainda no continente americano, mas no norte, nos Estados Unidos, o jornal The New York Times escreve que Lula da Silva teve no domingo "um espantoso renascimento político" que acaba com a era "do turbulento" Jair Bolsonaro "como líder mais poderoso da região".
A cadeia de televisão norte-americana CNN tem também as eleições brasileiras em destaque na sua página na Internet e sublinha igualmente a vitória por pouca diferença de Lula da Silva nesta segunda volta das presidenciais brasileiras, das quais saiu derrotado o candidato da direita, que tinha recebido o apoio público do antigo presidente dos EUA Donald Trump.
O The Washington Post considera que o domingo eleitoral brasileiro foi o momento político mais importante do país desde o fim da ditadura, em 1985.
Na Europa, o resultado das eleições no Brasil é o destaque das páginas na Internet de grandes jornais nacionais.
Em Portugal, o Público escreve que "Lula derrota Bolsonaro e regressa à Presidência do Brasil" e que o vencedor das eleições fez também "o pleno em Lisboa, Porto e Faro e vence em Portugal".
O Diário de Notícias diz que "Lula volta à presidência do Brasil 12 anos depois, para um país dividido" e destaca uma das frases do Presidente eleito no discurso de vitória: "É hora de baixar as armas".
Em Espanha, o jornal El Pais conta, numa reportagem, que "a avenida paulista explode de alegria" com a vitória de Lula da Silva e traça um perfil do Presidente eleito, com o título "uma ressurreição", considerando-o "a figura mais relevante da esquerda latino-americana" que consegue pela terceira vez chegar à presidência "da maior economia regional".
O El Mundo publica também um perfil de Lula da Silva, com o título "da prisão por corrupção ao renascer político", sublinha como a vitória foi "por mínimos", considera que "a profunda polarização" é "o grande desafio do novo líder brasileiro" e destaca uma das frases do discurso de vitória: "Tentaram enterrar-me vivo mas estou aqui".
Em França, o Le Monde sublinha a "curta" diferença com que Lula ganhou e o Liberation escreve que uma "fénix vermelha bateu a extrema-direita brasileira".
No Reino Unido, o jornal The Guardian também destaca que Lula da Silva derrotou a extrema-direita de Bolsonaro "nas eleições mais importante em décadas" no Brasil.
Ainda no Reino Unido, a BBC lembra que Lula da Silva já foi Presidente do Brasil entre 2003 e 2010 e escreve que voltou à política após ter sido envolvido em "vários escândalos de corrupção".
Para o The Independent, Lula da Silva protagoniza um "impressionante regresso como presidente brasileiro".
Na Ásia, o jornal South China Morning Post, que se publica em Hong Kong, noticia a vitória de Lula da Silva e escreve que "todos os olhos estão agora postos em Bolsonaro para ver se aceita o resultado".
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