"Tive uma boa conversa telefónica com o Presidente eleito da República Federativa do Brasil, Lula da Silva, com quem concordámos em retomar a Agenda de Cooperação Binacional entre os nossos países. Agradecemos-lhe pela sua disponibilidade!", anunciou o primeiro mandatário venezuelano através do Twitter.
Nicolás Maduro explica, numa outra mensagem, que o "O Presidente Lula da Silva enviou as suas saudações e o seu compromisso a todo o povo venezuelano".
"Temos a vontade de trabalhar arduamente pelo fortalecimento da América Latina e das Caraíbas e para o desenvolvimento económico e social dos nossos povos", frisou.
Em resposta á mensagem do político venezuelano, a conta oficial do "Governo Bolivariano da Venezuela" na mesma rede social, escreveu que "irmandade, solidariedade, compromisso, e sobretudo trabalhar juntos para nos erguermos juntos e dar ao nosso povo o que nunca deveria ter perdido, um governo comprometido que proporcione paz e a melhor estabilidade social para as nossas comunidades. Venceremos!".
O candidato do Partido dos Trabalhadores (PT, esquerda), Luís Inácio Lula da Silva, foi eleito Presidente brasileiro, no domingo, com 50,83% dos votos, derrotando Jair Bolsonaro (extrema-direita), que obteve 49,17%, quando estão contadas 98,81% das secções eleitorais.
Lula da Silva, que já cumpriu dois mandatos entre 2003 e 2011, regressa ao Palácio da Alvorada após uma vitória na segunda volta, pela primeira na história democrática recente do Brasil, sobre um chefe de Estado que era recandidato.
Segundo a imprensa venezuelana, em 2016, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, atribuiu o impeachment da ex-presidente do Brasil Dilma Roussef a um golpe de Estado, recusando-se a reconhecer o governo de Michel Temer, desencadeando uma crise entre ambos países.
Após as eleições presidenciais de 2018 no Brasil, Nicolás Maduro questionou o alinhamento do Governo de Jair Bolsonaro com os EUA,.
Em março de 2019, o Governo venezuelano suspendeu, segundo a imprensa local, as relações bilaterais com o Brasil, depois de condenar as "declarações perigosas" dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Brasil, Jair Bolsonaro, e manifestou-se preocupado pela influência norte-americana sobre o dirigente brasileiro.
"A influência belicista norte-americana sobre o Brasil e as teses supremacistas de Donald Trump sobre Jair Bolsonaro são muito preocupantes. Os dois presidentes, sem dúvida, refletem as ideias mais retrógradas para os povos da região, assim como para a paz e a segurança mundial", afirma um comunicado divulgado em Caracas.
A posição de Caracas teve lugar depois de o então presidente norte-americano, Donald Trump, ter apelado em Washington aos militares venezuelanos que deixem de apoiar o regime de Nicolás Maduro, afirmando que este é "uma marioneta de Cuba".
"Pedimos aos militares venezuelanos que acabem com o seu apoio a Maduro, que não passa de uma marioneta de Cuba, e que libertem o seu povo", disse o governante dos EUA numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
Também Jair Bolsonaro se manifestou acerca da situação na Venezuela, afirmando que, em conjunto com os Estados Unidos, pretendia levar a liberdade e democracia àquele país.
"O Brasil estará a postos para cumprir a missão de levar a liberdade e a democracia para aquele país que há pouco [tempo] era um dos mais ricos da América do Sul e hoje o seu povo passa fome, sofre com a violência e com falta de medicamentos. É uma coisa terrível que acontece lá. Temos que unir esforços para colocar um ponto final nesta questão que é ultrajante para todos", disse.
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