Governo dos EUA preocupado com observadores armados nas urnas no Arizona
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos disse hoje estar preocupado com as informações sobre pessoas que poderão vigiar as urnas no Arizona armadas, podendo ser um motivo de intimidação para os eleitores nas eleições intercalares.
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Mundo Midterms
A declaração do departamento surge alguns dias depois de um juiz federal ter se recusado a impedir um grupo de monitorizar as urnas nos subúrbios de Phoenix.
Ameaças, intimidação e coação são ilegais sob a Lei Federal do Direito ao Voto, mesmo que não tenham sucesso, escreveram os advogados da Casa Branca.
Embora a observação legal das eleições possa apoiar a transparência, as "forças de segurança das urnas" apresentam um risco significativo de intimidação dos eleitores, afirmam os documentos do tribunal.
"Embora a 1.ª Emenda proteja a conduta expressiva e as assembleias pacíficas em geral, não oferece proteção para ameaças de danos dirigidas aos eleitores", apontaram os advogados do Governo norte-americano.
Na passada sexta-feira, o juiz do Tribunal Distrital dos Estados Unidos, Michael Liburdi, havia considerado que as alegações apresentam "questões sérias", mas não deixou claro que eram uma "verdadeira ameaça" a pessoas ou a grupos específicos e impedi-los poderia violar a liberdade de expressão dos observadores.
Liburdi foi nomeado pelo antigo chefe de Estado norte-americano Donald Trump e é membro da Sociedade Federalista, um organismo conservador.
A Arizona Alliance for Retired Americans está a apelar à ordem no estado.
A organização processou o grupo Clean Elections USA (Eleições Limpas EUA, em tradução simples) depois de relatos de haver pessoas mascaradas e armadas a vigiar as urnas no condado de Maricopa.
No entanto, foi aberto um processo no condado rural de Yavapai, onde a Liga das Mulheres Eleitoras alega que os eleitores foram intimidados por três grupos, incluindo um associado ao movimento de extrema-direita Oath Keepers.
Os dois casos foram fundidos e o Departamento de Justiça apresentou hoje uma declaração de interesse.
Várias reclamações sobre pessoas a observar as urnas, a tirar fotografias, a filmar e perseguir os leitores alarmaram as autoridades locais e federais.
A lei não refere especificamente que atividades estão proibidas junto aos locais de voto, mas gravar vídeos e fotografar eleitores tem sido reconhecido como uma preocupação há décadas e foi citado numa carta do Departamento de Justiça de 1994 sobre possíveis violações da Lei de Direitos de Voto, segundo os advogados federais.
Na semana passada, a secretária de Estado do Arizona disse que o seu gabinete encaminhou seis casos de possível intimidação de eleitores ao procurador-geral do estado e ao Departamento de Justiça norte-americano, bem como um 'e-mail' ameaçador enviado ao diretor eleitoral estadual.
A lei do Arizona determina que os eleitores e os observadores devem estar a 23 metros do local de votação.
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