Cereais? Rússia no "direito de rescindir acordo se termos forem violados"

O líder russo esclareceu que, apesar das garantias dadas pela Ucrânia, Moscovo poderá rescindir ao acordo, se os termos não forem cumpridos.

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Notícias ao Minuto
02/11/2022 15:46 ‧ 02/11/2022 por Notícias ao Minuto

Mundo

Ucrânia/Rússia

O presidente russo, Vladimir Putin, abordou o retrocesso de Moscovo no que diz respeito à sua participação no acordo sobre as exportações de cereais ucranianos no Mar Negro, ressalvando que a Rússia reserva-se ao direito de rescindir ao estabelecido, caso os termos forem violados.

"Exigimos garantias do lado ucraniano de que nada como o ataque a Sebastopol acontecerá no futuro e que os corredores humanitários não serão usados ​​para fins militares", disse o chefe de Estado, citado pela agência Interfax.

O líder russo complementou ainda que o Ministério da Defesa da Rússia "recebeu informações do lado turco de que tais garantias foram dadas pela Ucrânia de que esses corredores humanitários não serão usados ​​para fins militares" e, nessa linha, deu "instruções ao Ministério da Defesa para retomar a plena participação [da Rússia] neste trabalho”.

"Ao mesmo tempo, a Rússia reserva-se ao direito de rescindir o acordo, caso os termos sejam violados", salientou.

Recorde-se de que a Rússia anunciou, esta quarta-feira, que retomará a sua participação no acordo sobre as exportações de cereais ucranianos após receber "garantias escritas" da Ucrânia sobre a desmilitarização do corredor utilizado para o seu transporte.

Reagindo a esta tomada de posição, o conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, equacionou que a decisão de Moscovo se deveu ao facto de o Kremlin ter percebido que o acordo funcionaria sem o seu envolvimento.

Na verdade, em declarações à agência Reuters, Mykhailo Podolyak considerou este retrocesso comprovou que a “chantagem” e a “escalada e ameaças” russas falham quando enfrentam respostas fortes e assertivas.

Moscovo tinha suspendido a sua participação na chamada ‘Iniciativa do Mar Negro’ no sábado, 29 de outubro, após um ataque à sua frota na Crimeia, a península ucraniana que anexou em 2014.

De notar que a iniciativa resulta de acordos assinados pelos dois países com a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Turquia, em Istambul, em 22 de julho, para permitir escoar milhões de toneladas de cereais retidos em portos ucranianos pela guerra desencadeada pela invasão russa, a 24 de fevereiro deste ano.

A ofensiva russa - justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.430 civis mortos e 9.865 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Acordo de cereais? "Chantagem" russa falhou, diz Podolyak

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