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Condutor que atropelou apoiantes de Bolsonaro explica que foi agredido

O homem foi detido em flagrante delito por tentativa de homicídio e deverá ser ouvido esta quinta-feira.

Condutor que atropelou apoiantes de Bolsonaro explica que foi agredido
Notícias ao Minuto

08:15 - 03/11/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Brasil/Eleições

O condutor detido esta quarta-feira após ter avançado sobre apoiantes do presidente cessante do Brasil, Jair Bolsonaro, provocando dez feridos, explicou à polícia civil que acelerou depois de ter sido agredido pelos manifestantes. 

É uma versão diferente daquela que contam algumas testemunhas, que explicam que o homem avançou sobre a multidão "do nada", na Rodovia Washington Luís, em Mirassol, no estado brasileiro de São Paulo.

"Foi um verdadeiro absurdo. O pessoal correu atrás do veículo", conta um dos manifestantes pró-Bolsonaro ao G1.

O homem foi detido em flagrante delito por tentativa de homicídio e deverá ser ouvido esta quinta-feira.

"Estávamos em negociação com os manifestantes para poder desobstruir a estrada por completo. A negociação estava a correr de forma pacífica, quando a estrada foi totalmente interrompida. Alguns manifestantes chegaram a deitar-se na via. Não houve uso da força, mas um condutor arrancou bruscamente sobre as pessoas e só parou quando os policias fizeram a abordagem", explicou àquele portal o capitão da Polícia Militar Rodoviária de São José do Rio Preto, Maurício Noé Cavalari.

A polícia deverá ouvir também algumas testemunhas nos próximos dias. 

Nas redes sociais, vários vídeos mostram o momento do atropelamento e o veículo a ser cercado por manifestantes. De acordo com as autoridades, 17 pessoas foram atropeladas e dez ficaram feridas, incluindo duas crianças e três agentes da polícia.

Muitas pessoas cercaram e danificaram, depois, o carro.

Jair Bolsonaro apelou ontem aos seus apoiantes para desobstruírem as centenas de estradas bloqueadas desde segunda-feira numa onda de protestos contra os resultados eleitorais.

"Sei que estão chateados, tristes e esperavam outra coisa. Eu também. esperava outra coisa - mas vamos ter a cabeça no lugar", começa por dizer o chefe do executivo brasileiro, num vídeo divulgado nas redes sociais.

"Desobstrua as rodovias. Isso não faz parte de manifestações legítimas. Não vamos perder a nossa legitimidade [...]. E deixo claro: vocês estão a manifestar-se espontaneamente", apontou, acrescentando que têm havido dificuldades enormes nesta situação.

Na quinta-feira, de acordo com a Polícia Rodoviária, os bloqueios persistiram em cerca de 150 pontos em 15 dos 27 estados do país e em muitos casos foram apenas parciais, obstruindo mas não bloqueando completamente o tráfego.

Em alguns locais, como na cidade paulista de Baruerí, as estradas foram libertadas por uma intervenção firme da polícia, que dispersou os camionistas com gás lacrimogéneo, mas sem quaisquer confrontos ou baixas.

Com 100% dos votos contados, Luiz Inácio Lula da Silva venceu as presidenciais de domingo por uma margem estreita, recebendo 50,9% dos votos, contra 49,1% para Jair Bolsonaro, que procurava obter um novo mandato de quatro anos.

Leia Também: Bolsonaro terá cargo como consultor no partido após deixar presidência

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