Autoridades do Tigray denunciam bombardeamento já após cessar-fogo
As autoridades da região do Tigray, no norte da Etiópia, acusaram hoje o exército etíope de ter efetuado um ataque contra civis, usando um drone, depois do acordo de cessar-fogo, assinado em Pretória.
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Mundo Etiópia
"Um drone etíope atacou civis ontem [quinta-feira] em Maychew, Tigray", disse o porta-voz das autoridades rebeldes, Kindeya Gebrehiwot, no Twitter, acrescentando que "a artilharia bombardeou a cidade, matando e ferindo civis".
Na mensagem, Gebrehiwot salientou que "isto aconteceu após a assinatura do acordo de paz de Pretória", entre o Governo federal etíope e os rebeldes da região do Tigray, no dia que marca o segundo aniversário do início dos confrontos na região.
De acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP), as informações não podem ser confirmadas de forma independente, já que o acesso ao norte da Etiópia é proibido aos jornalistas e as redes de telecomunicações são muito incertas no Tigray, que tem estado praticamente isolado do mundo há mais de um ano.
Nem o Governo etíope nem a União Africana, que mediou as conversações de paz, comentaram estas acusações, e o porta-voz dos rebeldes do Tigray também não pôde ser contactado, escreve ainda a AFP.
A notícia do ataque acontece no mesmo dia em que o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, participou numa reunião para apresentação do "Acordo para uma paz duradoura através de uma cessação permanente das hostilidades", assinado em Pretória, segundo os meios de comunicação social próximos do governo.
O Governo etíope e a Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF, na sigla em inglês) assinaram um acordo de paz em Pretória na quarta-feira para pôr fim às hostilidades naquela região no norte da Etiópia, na sequência de negociações iniciadas a 25 de outubro sob os auspícios da União Africana.
A guerra começou em 04 de novembro de 2020, quando o primeiro-ministro etíope ordenou uma ofensiva contra a TPLF, no poder no estado do norte do país, em resposta a um alegado ataque a uma base militar federal, e no culminar de uma escalada das tensões políticas, iniciadas desde logo a tomada de posse de Abiy Ahmed, em abril de 2018.
Centenas de milhares de pessoas morreram na guerra, que provocou a deslocação de cerca de dois milhões de pessoas, segundo as Nações Unidas.
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