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Etiópia: Comissão das Nações Unidas celebra cessar-fogo no Tigray

A Comissão de Peritos da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Etiópia, que investiga as violações dos direitos humanos no conflito do Tigray, celebrou hoje a assinatura do cessar-fogo entre as autoridades etíopes e os rebeldes do Tigray.

Etiópia: Comissão das Nações Unidas celebra cessar-fogo no Tigray
Notícias ao Minuto

14:28 - 04/11/22 por Lusa

Mundo Tigray

O cessar das hostilidades "é um passo importante para acabar com um conflito que tem tido um impacto devastador na população, especialmente na região do Tigray", disse a comissão tripartida, numa declaração.

Os peritos observaram que, no acordo, as duas partes se comprometeram a proteger os civis, a proporcionar acesso livre à ajuda humanitária e a investigar os autores de violações dos direitos humanos, bem como a pôr fim à "propaganda hostil e ao discurso do ódio".

Desde o início do conflito, a região do Tigray ficou isolada, com comunicações e ligações de transporte em grande parte cortadas, pelo que se tornou difícil quantificar as baixas civis e impossibilitou a chegada de ajuda humanitária, naquela que já foi descrita como "a pior crise humanitária do mundo". 

A comissão criada em 2021, cuja entrada no país foi negada pelo Governo etíope, é composta pela queniana Kaari Betty Murungi (presidente), pelo americano Steven Ratner e pelo cingalês Radhika Coomaraswamy.

A guerra começou em 04 de novembro de 2020, quando o primeiro-ministro etíope, Ahmed Abiy, ordenou uma ofensiva contra a então governante Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF, na sigla em inglês) em resposta a um ataque a uma base militar federal e a uma escalada das tensões políticas.

A TPLF acusa Abiy de alimentar tensões desde que chegou ao poder em abril de 2018, quando se tornou o primeiro oromo a tomar posse.

Até então, a TPLF tinha sido a força dominante no seio da coligação governante da Etiópia desde 1991, a Frente Democrática Revolucionária Popular Etíope, de base étnica.

O grupo opôs-se às reformas de Abiy, que considerou como uma tentativa de minar a sua influência.

Desde então, até meio milhão de pessoas foram mortas, de acordo com a ONU. Mais de dois milhões de etíopes foram deslocados e centenas de milhares foram mergulhados em condições de quase inanição.

Leia Também: Autoridades do Tigray denunciam bombardeamento já após cessar-fogo

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