TPLF diz que as suas ações visam defender população de Tigray
A Frente Popular de Libertação do Tigray justificou que tudo faz para "garantir os interesses do povo" da província e que "a paz é o bem mais necessário", após um acordo com o Governo etíope para fim das hostilidades.
© ASHRAF SHAZLY/AFP via Getty Images
Mundo Etiópia
"Cada ação que fazemos, cada decisão que tomamos e cada acordo que assinamos é motivado pela necessidade de garantir os interesses do povo do Tigray", disse o porta-voz da Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF, na sigla em inglês), Getachew Reda, numa mensagem na rede social Twitter.
Getachew Reda vincou que a TPLF "combate não porque seja uma nação de arruaceiros, mas porque está em jogo a sobrevivência como povo".
"Se um acordo de paz pode garantir nossa sobrevivência, por que não tentar?", questionou.
As palavras do porta-voz da TPLF surgiram após algumas críticas internas na província do Tigray (norte da Etiópia) pelo acordo para negociar com as autoridades etíopes, que inclui o desarmamento e a criação de autoridades de transição.
Durante segunda-feira, iniciaram-se alguns contactos na capital do Quénia, Nairobi, entre altos oficiais militares do Exército e a TPLF para abordar a cessação das hostilidades acordada na semana passada, conforme confirmado pela União Africana (UA), que está a mediar o processo negocial.
O conflito no Tigray eclodiu em novembro de 2020 após um ataque da TPLF contra a base principal do Exército, localizada em Mekelle, após o qual o Governo do primeiro-ministro Abiy Ahmed ordenou uma ofensiva contra a organização após meses de tensões políticas e administrativas, incluindo a recusa da TPLF em reconhecer um adiamento eleitoral e a sua decisão de realizar eleições regionais fora de Adis Abeba.
A TPLF acusou Abiy de aumentar as tensões desde que chegou ao poder em abril de 2018, quando se tornou o primeiro Oromo a assumir o cargo.
Até então, a TPLF tinha sido a força dominante dentro da coligação de base étnica que governava a Etiópia desde 1991, a Frente Democrática Revolucionária do Povo Etíope (EPRDF).
A TPLF opôs-se às reformas de Abiy, que considerou visarem minar a sua influência.
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