Macron quer combater desigualdades em África para impedir fluxos migratórios

O Presidente francês Emmanuel Macron defendeu hoje o combate às desigualdades em África para "prevenir as migrações", algumas horas após o desembarque em Toulon de 230 migrantes a bordo do navio humanitário 'Ocean Viking'.

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Lusa
11/11/2022 20:31 ‧ 11/11/2022 por Lusa

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Migrações

"Neste momento decorre um debate em França sobre as questões migratórias, um debate muito importante que implica respostas muito fortes, rigorosas, etc.", sublinhou o Presidente francês no decurso do Fórum de Paris para a Paz.

"Mas este debate nunca ficará concluído se não existir uma verdadeira organização europeia que funcione, e ainda menos se não soubermos resolver os problemas das desigualdades com o continente africano e as outras margens do Mediterrâneo", prosseguiu.

"A França não é uma ilha, nem se tornará provavelmente numa ilha nos anos que hão de vir", ironizou Macron.

O navio humanitário 'Ocean Viking' desembarcou na manhã de hoje no porto militar de Toulon 230 migrantes socorridos no Mediterrâneo, com uma parte a ser relocalizada em outros países europeus.

O navio errou pelo Mediterrâneo durante três semanas sem um porto para acolher os migrantes e a sua chegada a França é inédita, num contexto de fortes tensões com a vizinha Itália.

"Caso não consigamos colocar o debate público no centro de tudo isto - e necessitamos de cooperação para prevenir as migrações e lutar contra as desigualdades que a originam - então passaremos por tempos loucos e energias desgastantes para tentar encontrar um tratamento simples dos sintomas", acrescentou Macron, que insistiu ser "necessária a cooperação internacional".

A primeira-ministra italiana criticou hoje a "resposta agressiva" de França no caso do navio de resgate humanitário de migrantes no mar 'Ocean Viking', que atracou em Toulon depois de não ter recebido permissão das autoridades de Itália.

"Quando se fala em retaliação no âmbito da União Europeia (UE), há alguma coisa que não está a funcionar", afirmou Giorgia Meloni, numa conferência de imprensa hoje realizada.

"Fiquei impressionada com a reação agressiva, incompreensível e injustificável do Governo francês", garantiu, alegando que a Itália não pode ser o único destino para os migrantes procedentes de África.

"Não é inteligente discutir com França, Espanha, Grécia, Malta ou com outros países. Quero procurar uma solução comum", assegurou.

O ministro francês do Interior, Gérald Darmani, avançou, em conferência de imprensa realizada na quinta-feira em Paris, que França tinha decidido acolher "a título excecional" o navio humanitário 'Ocean Viking', mas acrescentou que ia adotar sanções contra Itália pela recusa de receber a embarcação, pedindo à UE para fazer o mesmo.

Além da "suspensão com efeitos imediatos" do acolhimento de 3.500 refugiados, França decidiu reforçar os controlos fronteiriços com Itália, afirmou o ministro.

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