Kyiv recupera 60 localidades em Kherson. Infraestruturas estão destruídas
Zelensky acusou ainda as forças russas de ter "o mesmo objetivo em todo o lado: humilhar as pessoas o máximo possível".
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Mundo Ucrânia/Rússia
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, revelou, este sábado, que as forças russas destruíram as infraestruturas da cidade de Kherson antes de se retirarem, assegurando, contudo, que as autoridades ucranianas já começaram os trabalhos para que a localidade regresse ao normal. Neste momento, a Ucrânia já recuperou 60 localidades da região, segundo o responsável
"Antes de sair de Kherson, os ocupantes destruíram toda a infraestrutura crítica: comunicações, fornecimento de água, energia, eletricidade", disse o chefe de Estado, numa mensagem em vídeo publicada nas suas redes sociais.
Zelensky acusou ainda as forças russas de ter “o mesmo objetivo em todo o lado: humilhar as pessoas o máximo possível”, assegurando, contudo, que as autoridades ucranianas vão “reparar tudo”.
“Acreditem em mim. Ainda que demore, já está claro que a conclusão será nossa", disse.
O habitual discurso do líder ucraniano centrou-se, este sábado, na retirada das tropas russas de Kherson, reocupada pelas forças de Kyiv na sexta-feira, o que é considerado como uma das vitórias mais significativas para a Ucrânia, e uma humilhação para Moscovo.
“Hoje, todos sentimos entusiasmo. Não sei se teremos uma pessoa que não tenha visto o vídeo do nosso povo de Kherson a cumprimentar os defensores ucranianos”, apontou, celebrando o “mar de bandeiras ucranianas nas ruas”.
“Meses de ocupação russa, meses de gozo para com o nosso povo, meses de histórias de que a Rússia ficaria ali para sempre... E, no entanto, há um mar de bandeiras ucranianas nas ruas. As pessoas nem pensaram em recusar a Ucrânia. E o mundo vê isso agora. Vê o que significa quando os ucranianos veem o seu próprio povo. Vê o que significa a unidade dos ucranianos. E vê por que é que devemos libertar toda a nossa terra”, complementou.
Nessa linha, Zelensky garantiu que o cenário será o mesmo nas outras cidades ainda em mãos russas, como Henichesk e Melitopol, considerando que até a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, poderá vir a ser libertada.
“Veremos muitos outros encontros. Nas cidades e aldeias que ainda estão ocupadas. Não esquecemos ninguém, não vamos deixar ninguém para trás. Graças às nossas operações de defesa e diplomacia, chegaremos definitivamente à fronteira do nosso estado – todas as secções da fronteira internacionalmente reconhecida da Ucrânia”, reiterou.
Ainda que tenha confirmado que as autoridades ucranianas já deram início a “operações de estabilização” em Kherson, o líder ucraniano não deixou de alertar os residentes para “terem cuidado com a sua própria segurança”, tendo em conta o armamento e “objetos suspeitos” deixados para trás pelas forças de Moscovo. No entanto, foram já removidos cerca de dois mil explosivos, de acordo com o responsável, que teceu também agradecimentos aos soldados ucranianos pelo seu trabalho, particularmente na região de Donetsk, onde reina "o inferno", com "ataques brutais todos os dias".
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.430 civis mortos e 9.865 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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