Numa conferência de imprensa em Haia, após uma visita oficial aos Países Baixos, o responsável máximo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) pediu apoio a Kyiv para que possa negociar como "um país soberano e independente" na Europa.
"A Ucrânia já disse que está pronta para negociar, mas sabemos que a única maneira de chegar a um resultado aceitável é ter força no campo de batalha. A maioria das guerras termina nalgum momento à volta de uma mesa de negociação. Mas o que acontece nessa mesa de diálogo está ligado à situação no campo de batalha", defendeu.
Stoltenberg considerou importante continuar a apoiar a Ucrânia para fortalecer a posição contra a Rússia e que, no futuro, poderá negociar "prevalecer como nação independente e soberana na Europa" e "decidir que tipos de termos são aceitáveis".
O responsável alertou para o facto de que, se o Presidente Volodymyr Zelensky e os ucranianos pararem de lutar, "então a Ucrânia deixará de existir como país independente".
Do lado russo, prosseguiu, se Moscovo e o Presidente Vladimir Putin pararem de lutar, "então haverá paz, para que a Rússia possa acabar com esta guerra amanhã, parando de invadir um vizinho".
"[Os aliados da NATO deram à Ucrânia] um apoio sem precedentes e vão continuar não apenas por solidariedade com a Ucrânia, mas também porque é do nosso próprio interesse que Putin não ganhe na Ucrânia. Isso será uma catástrofe para os ucranianos, mas também tornará o mundo mais perigoso", advertiu.
"Nesse caso, ficaremos mais vulneráveis porque as lições aprendidas com a guerra na Ucrânia, para Putin e outros líderes, seriam que simples: se um país violar a lei internacional, invadir outro país e usar força brutal, conseguirá o que quer. É a razão pela qual é do nosso interesse e segurança apoiar a Ucrânia, e sim, pagamos um alto preço em contas de energia, inflação, custos económicos de apoio. Mas o preço será maior se Putin vencer", disse o secretário-geral da Aliança Atlântica.
No entanto, Stoltenberg avisou que, apesar da retirada russa de Kherson, "não se deve cometer o erro de subestimar a Rússia", porque as forças armadas "ainda mantêm capacidades significativas e um enorme número de tropas".
"O objetivo de Putin é deixar a Ucrânia fria e escura neste inverno", lamentou.
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