Falando à agência de notícias EFE, a fonte da organização não governamental (ONG), que pediu para não ser identificada, disse que as autoridades egípcias prenderam 256 pessoas em apenas oito dias, desde que a COP27 começou em 06 de novembro.
Essas pessoas permanecem detidas, em prisão preventiva ou em desaparecimento forçado, na sequência de uma convocatória de protestos antigovernamentais que estavam agendados para 11 de novembro, mas que acabaram por não acontecer.
De acordo com o ECRF, desde que os apelos ao protesto começaram nas redes sociais há mais de um mês, 413 pessoas foram detidas em todo o Egito, das quais 350 estão em prisão preventiva e há até 45 casos de "desaparecimentos forçados".
Os protestos foram convocados perante o crescente descontentamento da população egípcia com o Governo e da premente crise económica que o país atravessa, marcada pela inflação e pela desvalorização de moeda nacional, que desde março perdeu quase metade do seu valor.
As manifestações estavam programadas para coincidir com a COP27 em Sharm El-Sheik, onde a comunidade e a imprensa internacional se reúnem há dias.
Nas últimas semanas as forças de segurança egípcias têm parado transeuntes no Cairo e noutras cidades para pedir a sua documentação e verificar os seus pertences, incluindo telemóveis, à procura de qualquer conteúdo ou mensagem crítica ao Governo liderado por Abdul Fatah Al-Sisi.
As críticas contra Al-Sisi aumentaram desde o início da COP27, quando o ativista egípcio-britânico Alaa Abdelfatah preso fez uma greve de sede, um caso que suscitou grande preocupação na comunidade internacional.
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