Secretário-geral da NATO adverte para "erro de subestimar a Rússia"
O secretário-geral da NATO congratulou-se hoje com os progressos alcançados pelas forças ucranianas, mas alertou para o "erro" que seria "subestimar a Rússia" e defendeu a necessidade de continuar a apoiar a Ucrânia.
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Mundo Guerra na Ucrânia
"Todos saudamos os progressos que as forças ucranianas fizeram nos últimos dias, em particular com a libertação de Kherson. Tal deve-se à bravura e coragem das forças ucranianas", começou por referir Jens Stoltenberg, à chegada a uma reunião de ministros da Defesa da União Europeia (UE).
"Ao mesmo tempo, acho que é importante que não cometamos o erro de subestimar a Rússia", advertiu então o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte.
Stoltenberg observou que "a Rússia mantém capacidades militares significativas, um elevado número de tropas", e já foi possível constatar que "a Rússia está disposta a sofrer elevadas perdas" durante esta sua agressão militar à Ucrânia.
Para sublinhar a ameaça que a Rússia continua a constituir, o secretário-geral da Aliança Atlântica acrescentou que também já foi possível observar, sobretudo nas áreas que foram libertadas pelo exército ucraniano, "a brutalidade exercida contra civis nesses territórios" ocupados pelas forças russas.
"Por isso, precisamos de continuar a prestar apoio à Ucrânia pelo tempo que for preciso, ao nível de capacidades, mas também através do treino", defendeu.
No dia em que o Conselho da União Europeia lançou formalmente uma missão de assistência militar para treinar até 15 mil efetivos das Forças Armadas ucranianas -- hoje discutida a nível de ministros da Defesa, depois de aprovada na véspera pelos ministros dos Negócios Estrangeiros -, Stoltenberg desvalorizou o facto de esta missão de treino (na qual Portugal participará) ser lançada apenas agora, quase nove meses depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia, em fevereiro passado.
Stoltenberg enfatizou que os Aliados têm dado treino às forças ucranianas desde 2014, apontando que "sobretudo os Estados Unidos, o Reino Unido e o Canadá" ministraram "treino significativo", na própria Ucrânia, desde a anexação ilegal da Crimeia pela Rússia, há oito anos, e a formação tem prosseguido, fora do território ucraniano -- só este ano já foram treinados 10 mil efetivos no Reino Unido, assinalou -, e muitas vezes com a participação de países que são membros da União Europeia.
Defendendo a importância de providenciar mais treino, "porque os ucranianos estão a travar uma batalha sangrenta e extremamente desafiante", o secretário-geral da NATO saudou por isso "a decisão da UE de estabelecer uma missão de treino para as forças ucranianas", reforçando que tal "complementa o que os aliados da NATO já têm feito" e que, advogou, se revelou extremamente importante.
"Dezenas de milhares de tropas ucranianas já foram treinados por aliados da NATO e isso ajudou os ucranianos a fazerem face à invasão da Rússia", afirmou Stoltenberg, antes de entrar para um almoço de trabalho com os ministros da Defesa da UE, entre os quais a ministra Helena Carreiras, que representa Portugal no Conselho de hoje em Bruxelas.
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia mergulhou a Europa naquela que é considerada como a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
[Notícia atualizada às 13h27]
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