Moscovo "não atingirá objetivos" com ataques a centrais de energia
A Rússia "não atingirá os objetivos" de destruição de infraestruturas energéticas ucranianas, disse o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, após os múltiplos ataques russos de hoje com mísseis.
© Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
"Está claro o que o inimigo quer. Eles não alcançarão os seus objetivos", disse Zelensky num curto vídeo publicado na rede social Facebook, em que acrescentou que o exército russo disparou hoje "pelo menos 85 mísseis" direcionados sobretudo para "infraestruturas energéticas".
Sobre a mesma questão, e na rede social Twitter, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, pediu aos 20 países mais industrializados do mundo (G20), reunidos em Bali, na Indonésia, uma "reação de protesto" contra os ataques russos.
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"Os ataques afetaram edifícios residenciais e infraestruturas de energia. Aguardo uma reação da cimeira do G20", escreveu Kuleba.
Após os novos ataques russos, Zelensky pediu hoje à população que permaneça nos refúgios "durante algum tempo" e confirmou o corte no fornecimento de energia elétrica em "muitas cidades"
"Eu imploro-vos: cuidem-se e fiquem mais algum tempo nos abrigos", disse Zelensky no vídeo, em que também adiantou que estão em curso trabalhos para repor o mais depressa possível o fornecimento de energia nas zonas em que foi interrompido.
"Estamos a trabalhar, vamos restaurar tudo, vamos sobreviver a tudo! Glória à Ucrânia!", enfatizou o Presidente ucraniano.
"[O exército russo efetuou] 85 ataques com mísseis contra a Ucrânia, contra as nossas cidades, principalmente contra as infraestruturas de energia. Está claro o que o inimigo quer: mas não vai conseguir", insistiu.
Segundo a Ukrenergo, a operadora da rede de distribuição de eletricidade da Ucrânia, as áreas mais afetadas pelos ataques russos de hoje são no norte e no centro do país, "onde as paralisações de emergência foram totalmente implementadas", informou a agência noticiosa ucraniana Ukrinform.
O alarme antiaéreo foi ativado em todo o país e a situação nas instalações de energia é "crítica", informou o porta-voz da Força Aérea Ucraniana, Yurii Ignat, citado pela agência noticiosa estatal.
A presidência ucraniana, através do vice-chefe de Estado, Kyrylo Tymoshenko, também considerou "crítica" a situação em que as infraestruturas energéticas de grande parte do país se encontram, depois dos sucessivos ataques russos.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para Kyiv e a imposição a Moscovo de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.557 civis mortos e 10.074 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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