Canadá. Serviços secretos investigam ameaças de morte emitidas pelo Irão

Os serviços secretos canadianos (CSIS) divulgaram esta sexta-feira que estão a investigar as ameaças de morte credíveis emitidas pelo Irão contra pessoas no Canadá, na sequência de alertas semelhantes registados no Reino Unido.

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© Twitter/HUMBOLDT BRONCOS

Lusa
19/11/2022 06:24 ‧ 19/11/2022 por Lusa

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"O CSIS está a investigar ativamente várias ameaças de morte da República Islâmica do Irão, com base em informações confiáveis", adiantou à agência France-Presse (AFP) o porta-voz desta agência.

"Estas atividades hostis e interferência estrangeira acabam por minar a segurança do Canadá e dos canadianos, bem como os nossos valores democráticos e a nossa soberania", destacou Eric Balsam.

Estas investigações estão a decorrer com a ajuda de parceiros internacionais, explicou o porta-voz do CSIS, embora não tenha adiantado detalhes.

Os serviços secretos canadianos estão cientes que o Irão monitoriza e intimida pessoas no Canadá, incluindo membros da diáspora iraniana, com o objetivo de "silenciar aqueles que denunciam abertamente" o regime, acrescentou.

O diretor da agência britânica de informações externas MI5, Ken McCallum, denunciou esta quarta-feira que a República Islâmica do Irão está a tentar "sequestrar ou matar" britânicos, ou residentes no Reino Unido, que considera "inimigos do regime", apontando para a existência de "ameaças diretas".

Os alertas da agência britânica surgiram depois do Governo do Reino Unido ter acusado, na semana passada, o Irão de emitir ameaças de morte contra jornalistas radicados no Reino Unido.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, James Cleverly, divulgou esta sexta-feira através da rede social Twitter que convocou o responsável pela diplomacia iraniano depois de jornalistas que trabalham no Reino Unido terem recebido ameaças de morte pelo Irão.

O canal de televisão londrino de língua persa -- Iran International -- divulgou que dois dos seus jornalistas que trabalham no Reino Unido receberam ameaças de morte da Guarda Revolucionária Islâmica (o exército ideológico de Teerão).

O Iran International está a cobrir os protestos que se desencadearam no Irão após a morte de Mahsa Amini em 16 de setembro, três dias depois de ter sido detida em Teerão pela chamada 'polícia dos costumes', que a acusou de violar o rígido código de indumentária, "abriram caminho" para este tipo de ataque.

O Irão tem denunciado uma intromissão estrangeira para instigar os protestos.

Segundo a organização não-governamental Iran Human Rights (IHR), na sequência dos protestos, que as autoridades iranianas consideram "motins", as forças de segurança já prenderam mais de 15.000 manifestantes.

Segundo um balanço emitido quarta-feira pela IHR, pelo menos 342 pessoas foram mortas na repressão do movimento de contestação desencadeado em 16 de setembro passado.

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