O chefe de Estado, de 69 anos, que chegou ao poder em 2019, ganhou com 81,31% dos votos, de acordo com informações preliminares avançadas pela Comissão Eleitoral Central.
Dos quase 12 milhões de eleitores inscritos votaram 69,44%, ou cerca de 8,3 milhões, indicaram os mesmos dados.
Estas eleições antecipadas destinaram-se a confirmar no poder Kassym-Jomart Tokayev, que impediu qualquer veleidade por parte dos principais opositores. Os eleitores apenas puderam escolher entre o atual líder e cinco candidatos sem projeção ou credibilidade e que não obtiveram mais de 3,42% dos votos.
Em janeiro de 2022, Tokayev, que deu ordens para "atirar a matar" sobre os manifestantes, causando pelo menos 238 mortos, apresentou-se a estas eleições como um promotor da renovação e da concórdia nacional.
Esta eleição culmina um ano de forte agitação social no Cazaquistão, ex-república soviética da Ásia Central, rica em recursos naturais, com origem inicial nas profundas desigualdades sociais. Agora, este antigo diplomata promete empenhar-se num "novo Cazaquistão", mais justo e menos corrupto.
Com este objetivo, afastou das áreas de decisão o poderoso clã do influente ex-Presidente Nursultan Nazarbaiev, consolidando a sua posição.
Os observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) já lamentaram que as recomendações "relativas às liberdades fundamentais e às condições de elegibilidade e inscrição dos candidatos" não tenham sido respeitadas.
Tokayev, que chegou ao poder na sequência da demissão surpresa de Nazarbaiev, em março de 2019, admitiu inicialmente uma política de continuidade face ao antecessor e mentor, antes da rutura com o todo-poderoso ex-Presidente na sequência do sangrento mês de janeiro.
Numa demonstração da instabilidade, que ainda prevalece no país asiático, as autoridades anunciaram na quinta-feira a detenção de sete apoiantes de um opositor no exílio, acusados de envolvimento na preparação de um "golpe de Estado".
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