Negociações de paz de Nairobi adiadas com grupos rebeldes na RD Congo
Uma terceira ronda do diálogo de paz entre o Governo da República Democrática do Congo (RDCongo) e os grupos rebeldes armados, agendada para hoje em Nairobi, foi adiada "sine die", confirmou hoje à agência de notícias EFE fonte da Comunidade da África Oriental (EAC), que patrocina as negociações.
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"As conversações foram adiadas para uma data posterior", explicou a fonte, atribuindo o atraso à necessidade de novas "consultas" sem fornecer mais detalhes.
A capital do Quénia acolheu em meados de abril o início das negociações de paz em que participaram mais de trinta grupos armados, embora muitos tenham pedido mais tempo para depor as armas.
O ex-presidente queniano Uhuru Kenyatta, mediador da EAC no processo, apelou no dia 16 para o cessar imediato das hostilidades no leste da RDC, onde mais de uma centena de grupos armados estão a lutar, e instou-os a participar em negociações de paz.
"A guerra deve terminar imediatamente no leste da RDCongo", disse Kenyatta a partir da cidade congolesa de Goma.
"As pessoas deslocadas não fizeram nada para sofrer com este conflito. Temos de ter piedade destas pessoas e parar de lutar por conversações", disse o ex-presidente, depois de visitar o campo de deslocados de Kanyaruchina, perto de Goma.
Kanyaruchina é o lar de milhares de pessoas que fugiram das suas casas devido aos combates entre o exército congolês e o Movimento 23 de março (M23), um grupo rebelde que nas últimas semanas conseguiu avançar na direção de Goma.
Antes da sua visita ao leste do país, Kenyatta viajou para Kinshasa, capital da RDC, onde se reuniu com o Presidente Felix Tshisekedi.
Desde abril passado, o antigo presidente, que então ainda era chefe de Estado do Quénia, incentivou os sete países da CEE -- RDC, Ruanda, Uganda, Quénia, Tanzânia, Burundi e Sudão do Sul - a implantarem no leste da RDC uma força regional conjunta com o objetivo de garantir a paz naquela região.
O novo governo queniano enviou à RDC há oito dias o primeiro contingente de soldados quenianos que participarão naquela força regional.
As autoridades quenianas anunciaram que vão enviar pouco mais de 900 tropas quenianas para a RDC.
Desde 1998, a RDC oriental tem estado mergulhada em conflitos alimentados por milícias rebeldes e ataques de soldados do exército, apesar da presença da missão de manutenção da paz da ONU no país (MONUSCO), com mais de 16.000 militares fardados no terreno.
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