A maioria foge para outras povoações do mesmo distrito ou desloca-se para o vizinho distrito de Mueda, segundo dados compilados entre 16 e 22 de novembro (até terça-feira) pela matriz de deslocações e pelo rastreio de emergência da OIM.
Na quinta-feira, residentes da comunidade de Namacule, naquele distrito, encontraram debaixo de uma bananeira quatro cadáveres de homens, junto a campos cultivados de cana-de-açúcar, disse hoje fonte local à Lusa.
Ninguém reconheceu os corpos, suspeitando por isso que se tratem de membros dos grupos que aterrorizam a região, abatidos durante confrontos, acrescentou.
Além de Muidumbe, a insegurança provocou ainda na última semana a movimentação de quase 1.300 pessoas no distrito de Macomia e 700 em Namuno, na ponta sudoeste da província.
A maioria das fugas são feitas a pé e metade do deslocados são crianças, acrescenta a OIM.
A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.
O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.
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