Estado de emergência em Ischia. Tudo o que se sabe sobre a tragédia

Uma mulher de 31 anos morreu e 11 pessoas continuam desaparecidas após o deslizamento de terras de sábado.

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Notícias ao Minuto com Lusa
27/11/2022 12:00 ‧ 27/11/2022 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Itália

Prosseguem, agora também com mergulhadores, as buscas pelos 11 desaparecidos depois dos deslizamentos de terra na ilha italiana de Ischia, que causaram pelo menos a morte de uma mulher. Há ainda 13 feridos.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, convocou um Conselho de Ministros extraordinário para a manhã deste domingo para declarar estado de emergência e assim desbloquear fundos para ajudar à reconstrução.

"O Conselho de Ministros, sob proposta do ministro da Proteção Civil, declarou o estado de emergência a que se seguirá o despacho do chefe da Proteção Civil, tendo efetuado uma dotação inicial de 2 milhões de euros", foi anunciado.   

Este será o primeiro investimento para ajudar a população da localidade de Casamicciola Terme, uma das seis cidades desta ilha vulcânica voltada para o Golfo de Nápoles e que foi devastada por um deslizamento de terra de uma parte do monte de Epomeo devido às chuvas fortes.

Para desenvolver as primeiras intervenções, o Governo de Giorgia Meloni escolheu a atual vereadora de Casamicciola, Simonetta Calcaterra, como comissária extraordinária para dirigir os trabalhos durante o estado de emergência, durante um ano.

Por outro lado, o Conselho de Ministros prometeu aprovar ainda este ano o "Plano Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas", um documento que expõe as áreas de risco hidrogeológico e sísmico apresentado em 2018 e que nunca foi aprovado, apesar de ser considerado uma peça-chave para a prevenção.

"Não podemos fazer prevenção se não tivermos previsões", sustentou o ministro Musumeci, ao considerar "incrível" que o documento ainda não tenha sido aprovado, apesar dos frequentes sismos e deslizamentos de terra que ocorrem no país.

"É claro que o nosso território padece de falta de planeamento e os relatórios ainda estão nas gavetas e não dão margem à fase de intervenção", lamentou.

Por isso, Meloni ordenou a criação de um grupo de trabalho interministerial, para angariar os recursos financeiros existentes para fazer face à "emergência hidrogeológica nacional" no apoio aos municípios, "começando pelos mais pequenos".

Meloni, a primeira mulher a governar o país e há um mês no poder, manifestou a vontade de visitar Casamicciola, mas será mais tarde porque ir agora, enquanto continuam as buscas pelos desaparecidos, "seria apenas uma passarela", disse Musumeci.

Buscas prosseguem

Recorde-se que, no sábado, o vice-presidente do executivo, Matteo Salvini, referiu a existência de oito vítimas mortais, quando falava com jornalistas na abertura de uma extensão do metro em Milão. Mais tarde, o ministro do Interior de Itália avançou que nenhuma morte tinha sido confirmada e o presidente da região de Nápoles, que inclui Ischia, disse que pelo menos 12 pessoas estavam desaparecidas.

Entretanto, pouco tempo depois, o corpo de uma mulher de 31 anos foi recuperado. Eleonora Sirabella, a primeira vítima confirmada da tragédia de Casamicciola, trabalhava como vendedora e ligou ao pai a pedir ajuda quando tomou conhecimento da tragédia iminente. De acordo com o que foi apurado, quando o homem, que mora a uma curta distância, no município de Lacco Ameno, chegou, ficou bloqueado pelo rio de lama.

De acordo com o jornal italiano La Repubblica, o companheiro de Eleonora continua desaparecido.

Entre os 11 desaparecidos estão pelo menos duas famílias com crianças.

O balanço indica ainda que várias pessoas tiveram de ser hospitalizadas, entre as quais um rapaz em estado grave devido a traumatismos graves no tórax.

As imagens que vêm de Ischia, uma ilha vulcânica famosa pelas suas fontes termais, são de devastação e caos, com casas desmoronadas, ruas repletas de pedras e árvores arrancadas, e carros e autocarros que entraram junto à zona da praia.

Cerca de 200 moradores de Casamicciola tiveram de ser retirados das suas casas.

"As pessoas devem entender que, em algumas áreas, não é possível morar, não há necessidade de construção não autorizada. Edifícios em áreas hidrogeologicamente frágeis devem ser demolidos", defendeu o governador da região da Campânia ao canal italiano Rai News.

A ilha de Ischia é um dos principais destinos turísticos da Itália durante o verão e faz parte do arquipélago napolitano, de origem vulcânica e com declives acentuados, razão pela qual costuma sofrer este tipo de deslizamento de terra. A última tinha sido em 2009.

[Notícia atualizada às 13h29]

Leia Também: Um morto e "entre 10 e 12" desaparecidos na ilha italiana de Ischia

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