O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, James Cleverly, irá aproveitar a oportunidade para instar a Aliança Atlântica a "solidificar o seu apoio" aos países mais destabilizados pela Rússia, realçou o seu gabinete em comunicado.
"Com a guerra da Rússia a perturbar a paz na Europa, é vital que a NATO e os seus aliados analisem cuidadosamente como fortalecer as nossas defesas para enfrentar os desafios que enfrentamos hoje", sublinhou Cleverly, citado na nota de imprensa.
Para o chefe da diplomacia britânica, os aliados estão "unidos no objetivo de longo prazo de apoiar e fortalecer a NATO como aliança defensiva", pelo que "continuarão a mostrar força coletiva para enfrentar as questões complexas que o mundo enfrenta".
O Reino Unido mostrou-se desde o início da invasão russa da Ucrânia como um dos mais fortes parceiros do Governo de Kiev, bem como um dos principais fornecedores de armas e ajuda financeira.
Em meados do mês, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, deslocou-se à capital ucraniana para prometer um novo pacote de ajuda no valor de 50 milhões de libras (cerca de 58 milhões de euros) em apoio militar defensivo.
Também esta segunda-feira, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou que o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, "está a tentar utilizar o inverno como arma de guerra" contra a Ucrânia, após os ataques das últimas semanas contra infraestruturas energéticas.
"Esse é o motivo pelo qual os aliados da NATO aumentaram o seu apoio à Ucrânia, incluindo com sistemas adicionais de defesa aérea. Os aliados estão a proporcionar sistemas avançados de defesa aérea e diferentes sistemas que podem abordar as ameaças que representam diferentes tipos de drones, mas também mísseis de cruzeiro e balísticos", comentou.
Esta reunião do Conselho do Atlântico Norte, principal organismo de decisão política da NATO, ao nível dos ministros dos Negócios Estrangeiros, vai decorrer no Palácio do Parlamento na capital da Roménia e contará com a presença do ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, para debater as necessidades mais urgentes deste país e o apoio da NATO a longo prazo.
Espera-se que a Ucrânia e os rigores do inverno relativos à guerra naquele país sejam o foco das conversas dos ministros dos Negócios Estrangeiros em Bucareste, que também terão que colocar em prática as decisões adotadas na última cimeira da NATO, em Madrid.
Os temas na agenda da reunião -- na qual participará o ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho - foram avançados pelo secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg, em conferência de imprensa no passado dia 25, em Bruxelas, numa ocasião em que o norueguês vincou que a NATO "não vai recuar" no apoio à Ucrânia face à invasão da Federação Russa.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.655 civis mortos e 10.368 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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