A UNESCO declarou, esta quarta-feira, a baguete francesa como Património Cultural Imaterial da Humanidade, reconhecendo o seu "artesanato e cultura", de acordo com uma publicação divulgada no Twitter.
Desta forma, o clássico da gastronomia francesa, que surgiu no início do século XX, entra para a lista de bens materiais da agência das Nações Unidas, que reúne já cerca de 600 tradição de mais de 130 países.
FLASH INFO
— UNESCO en français (@UNESCO_fr) November 30, 2022
Nouvelle inscription sur la Liste du #PatrimoineImmatériel : Les savoir-faire artisanaux et la culture de la baguette de pain.
Félicitations à la #France 🇫🇷 !
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"É um reconhecimento para a comunidade de padeiros e confeiteiros artesanais. (...) A baguete é farinha, água, sal, fermento e o saber fazer do artesão", disse Dominique Anract, presidente da Confederação Naciona da Panificação e Pastelaria Francesa, num comunicado citado pela imprensa francesa.
Já Audrey Azoulay, diretora-geral da UNESCO, salientou que esta decisão "celebra o modo de vida francês". "A baguete é um ritual diário, um elemento estruturante da refeição, sinónimo de partilha e convívio", destacou.
De acordo com a France 24, a candidatura havia sido apresentada em 2021 e o reconhecimento agora declarado é importante face às "ameaças" à baguete francesa, através da industrialização e diminuição dos pequenos negócios artesanais, especialmente nas comunidades rurais.
Em 1970, segundo a estação francesa, havia cerca de 55.000 padarias artesanais e hoje há 35.000, o que representa um desaparecimento em média de 400 padarias por ano.
Na altura, o presidente francês, Emmanuel Macron, deu seu apoio à candidatura descrevendo o produto mundialmente famoso como "250 gramas de magia e perfeição".
Note-se que a baguete francesa é regida por um decreto de 1993, que tem o objetivo de proteger os padeiros artesanais, bem como o produto, impondo requisitos muito rigorosos à confecção, como a proibição de aditivos.
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