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Túnel da Mancha celebra 20 anos com recorde de passageiros

O fim da crise financeira e novos projetos ferroviários renovam o potencial de crescimento do Túnel da Mancha, que celebra na terça-feira o 20.º aniversário com números recorde de passageiros e tráfego automóvel.

Túnel da Mancha celebra 20 anos com recorde de passageiros
Notícias ao Minuto

13:00 - 04/05/14 por Lusa

Mundo Tráfego

Segundo um estudo da consultora PricewaterhouseCoopers, o esperado crescimento económico europeu até 2020 deverá adicionar 1,8 milhões aos cerca de 10 milhões de passageiros que viajam de comboio anualmente entre Londres e Paris ou Bruxelas.

Mas os planos de abertura de novas ligações ferroviárias de alta velocidade diretas entre Londres e Colónia, Frankfurt, Amsterdão e Genebra em 2016 poderão adicionar mais 2,5 milhões de passageiros anuais até 2020, alguns dos quais "roubados" às companhias aéreas.

O estudo, datado de dezembro de 2013, argumenta que, na hora da escolha, a redução do tempo de viagem é mais importante do que o preço, razão pela qual muitas pessoas trocaram e trocarão no futuro o avião pelo comboio.

Ainda assim, este cenário ainda está longe das previsões otimistas da London and Continental Railways: o consórcio escolhido para construir a linha previa 21,4 milhões de passageiros anuais em 2004, mas o número real em 2006 ficava-se pelos 7,3 milhões.

Este facto faz parte da atribulada história do Túnel de 50,5 quilómetros sob o Canal da Mancha entre Folkestone, no Reino Unido e Coquelles, em França, oficialmente inaugurado pela rainha Isabel II e o presidente francês François Miterrand a 06 de maio de 1994.

A ideia de uma ligação subterrânea por debaixo do mar remonta ao início do século XIX e a um plano do engenheiro Albert Mathieu-Favier de colocar a circular carruagens puxadas a cavalo.

Ao longo do tempo, o projeto angariou apoio político, mas foi bloqueado por razões militares e económicas até que, finalmente, foi oficializada a construção no Tratado de Canterbury assinado entre Londres e Paris em 1987, ano em que os trabalhos de escavação começaram.

Durante os 20 anos de existência, o 'Eurotunnel', como passou a chamar-se, deparou-se com problemas financeiros, cortes de energia, incêndios e greves, e grupos de imigrantes tentaram atravessá-lo a pé para chegar às ilhas britânicas.

Mas o funcionamento continuou e os resultados têm vindo a melhorar: em 2013, o serviço de vaivéns destinados aos veículos rodoviários transportou 1,37 milhões de camiões de mercadorias, 2,5 milhões de automóveis e 64,5 mil autocarros, o que resultou num aumento de dois por cento das receitas, para 447 milhões de euros.

No ano passado, as receitas subiram 12 por centro para mil milhões de euros e as perspetivas de desenvolvimento são positivas.

Desde março deste ano já é possível usar o telemóvel ou a internet durante uma viagem no túnel e há planos para usar a infra-estrutura para instalar cabos elétricos que ligarão as redes francesa e britânica.

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