O vice-reitor da universidade, Rui Martins, confirmou à Lusa que o prémio "foi lançado este ano", com a primeira edição a selecionar uma tese de doutoramento do Departamento de Português e outra de mestrado da Faculdade de Direito, entre as publicadas "nos últimos três anos".
No entanto, Martins sublinhou que, a partir de 2023, o prémio, para "as melhores teses em língua portuguesa", terá uma base anual, com um valor de 10 mil patacas (1.200 euros) para cada um dos vencedores.
Os vencedores serão revelados numa cerimónia prevista para o primeiro trimestre de 2023, disse o académico português
A universidade decidir dar o prémio o nome de Henrique de Senna Fernandes, porque "ele cobria as duas áreas", disse Rui Martins. "A família achou uma boa ideia e apoiou a iniciativa", acrescentou.
Senna Fernandes exerceu advocacia durante mais de 50 anos e foi o primeiro presidente da Associação dos Advogados de Macau.
Além disso, é o macaense "mais saliente" no campo da literatura, tendo sido distinguido com um doutoramento Honoris Causa em Literatura pela Universidade de Macau, em 2008, recordou Rui Martins.
Juntamente com o poeta José dos Santos Ferreira (Adé) e a escritora Deolinda da Conceição, Henrique de Senna Fernandes é considerado um dos expoentes literários dos macaenses, uma comunidade euro-asiática com muitos lusodescendentes.
Nascido em Macau a 15 de outubro de 1923, no seio de uma família tradicional macaense, Senna Fernandes concluiu os estudos primários da Escola Comercial Pedro Nolasco da Silva -- atual Escola Portuguesa --, o secundário no Liceu de Macau para concluir os estudos universitários, em Direito, na Universidade de Coimbra, entre 1946 e 1952.
Senna Fernandes regressou de Portugal em 1954, depois de concluído o estágio, tendo dividido a profissão de advogado com a de professor na escola onde fez a instrução primária, dirigindo a instituição por 11 anos.
Como escritor, deixou quatro livros publicados sendo que dois dos seus romances - 'Amor e Dedinhos de Pé' (1993) e 'Trança Feiticeira' (1996) - chegaram ao cinema.
O primeiro pela mão de produtores chineses e com a participação de atores portugueses como Filomena Gonçalves e Ricardo Carriço e o segundo numa adaptação de Luís Filipe Rocha com a participação de Joaquim de Almeida.
Condecorado quatro vezes pela administração portuguesa de Macau, Senna Fernandes morreu a 04 de outubro de 2010 aos 87 anos.
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