Wayne Lotter, um sul-africano de 51 anos que vivia e trabalhava na Tanzânia, onde se dedicava à luta contra a caça furtiva de elefantes, foi morto a tiro na capital económica do país, Dar-es-Salam.
As motivações dos autores do crime não foram estabelecidas, mas companheiros da vítima acreditam que Lotter pagou com a vida a sua luta pela proteção dos elefantes.
Durante a leitura da sentença, a juíza Laila Mgonya disse que o julgamento "provou além de qualquer dúvida razoável" as acusações contra os 11 réus, entre os quais dois cidadãos do Burundi.
"Alguns dos suspeitos, nos seus depoimentos registados pela polícia, confessaram ter participado nas reuniões preparatórias e no homicídio", sublinhou nomeadamente, acrescentando que 32 testemunhas também corroboraram as acusações.
"As provas recolhidas fornecidas foram fortes o suficiente para condená-los", disse a juíza.
As sentenças de morte são vulgares na Tanzânia, mas geralmente são comutadas para prisão perpétua. A última execução data de 1994.
Até um total de 22 pessoas foram acusadas de planear ou executar o assassínio de Lotter, cofundador da filial tanzaniana da fundação de conservação da natureza PAMS (Protected Area Management Solutions).
O Ministério Público retirou as acusações contra quatro pessoas, e outras sete foram libertadas pelo tribunal em sessões anteriores.
A Tanzânia, um dos países com a maior população de elefantes do continente africano, é também um dos mais afetados pela caça furtiva.
Segundo dados oficiais, a população de paquidermes diminuiu 60% entre 2009 e 2014. Depois voltou a subir, passando de 43.000 em 2014 para 60.000 em 2018, principalmente devido ao esforço das autoridades que criaram unidades especializadas no combate ao caça furtiva.
Leia Também: Centenas de elefantes e zebras morrem devido à seca no Quénia