Kyiv recusa apoio bilateral da Hungria e opta por pacote conjunto da UE
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria, Péter Szijjártó, disse esta segunda-feira em Bruxelas que a Ucrânia o informou que não quer negociar com Budapeste um acordo de apoio financeiro bilateral, fora do pacote conjunto aprovado pela União Europeia (UE).
© Thierry Monasse/Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
A UE prevê uma ajuda financeira à Ucrânia de 18 mil milhões de euros em 2023, concedido através de um crédito conjunto, mas Budapeste vetou a iniciativa, alegando que não quer dívidas conjuntas e propôs acordos bilaterais com Kiev.
O chefe da diplomacia húngara disse que Budapeste apresentou a sua proposta à Ucrânia e o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano respondeu que, "para Kyiv, o mais importante é a ajuda financeira conjunta" e que não quer outras opções.
A participação húngara no pacote de ajuda da UE seria de 187 milhões de euros, que o país da Europa Central já atribuiu, segundo declarações do ministro à imprensa húngara em Bruxelas, à margem da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27.
O ministro Péter Szijjártó reiterou contudo que a Hungria continue a opor-se a que a UE recorra a um empréstimo conjunto para apoiar a Ucrânia.
O chefe do governo húngaro, o ultranacionalista Viktor Orbán, tem uma relação tensa com Kiev, ao mesmo tempo que mantêm uma relação de proximidade com Moscovo.
No passado sábado, os outros 26 países membros da UE chegaram a um acordo, provisório, para desbloquear o pacote de 18 mil milhões de euros, que permitiria contornar o veto húngaro.
A solução encontrada seria Bruxelas poder captar o dinheiro com emissões de dívida garantidas apenas pelos países da UE e não com o orçamento comunitário.
A proposta foi adotada pelo Conselho por procedimento escrito e será apresentada ao Parlamento Europeu para eventual adoção esta semana.
Os chefes de diplomacia da União Europeia (UE) debateram hoje, em Bruxelas, o apoio à Ucrânia para fazer face à agressão militar russa, em vésperas da última cimeira de líderes do ano, que se realiza na quinta-feira.
Em declarações aos jornalistas portugueses, à margem do Conselho de ministros, o ministro português, João Gomes Cravinho, insistiu que "o que se pretende é que a ajuda financeira à Ucrânia [...] seja aprovada esta semana".
"Em princípio, deverá haver um acordo nesse sentido. Naturalmente que não pode passar com nenhum veto, portanto a nossa expectativa é que se levante o veto [da Hungria]", adiantou o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE).
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou uma crise de refugiados, dentro e para fora do país, que a ONU classifica como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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