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Reino Unido sanciona russos e iranianos por bombardeamentos com 'drones'

O Reino Unido anunciou hoje um novo pacote de sanções a comandantes militares russos pelo envolvimento na invasão da Ucrânia e a empresários e funcionários iranianos envolvidos na produção ou fornecimento de 'drones' à Rússia.

Reino Unido sanciona russos e iranianos por bombardeamentos com 'drones'
Notícias ao Minuto

13:37 - 13/12/22 por Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

Ao todo, foram sancionados 12 oficiais superiores das forças armadas russas, entre os quais o Major-General Robert Baranov, identificado por uma investigação do site Bellingcat como comandante de uma unidade responsável pela identificação de alvos dos mísseis de cruzeiro russos.

Também foram aplicadas sanções à empresa iraniana Oje Parvaz Mado Nafar Company (MADO), que fabrica 'drones' (aeronaves não-tripuladas), bem como ao diretor Yousef Aboutalebi, ao oficial da Guarda da Revolução Islâmica Abdollah Mehrabi e ao chefe da Organização das Indústrias de Aviação do Irão, Afshin Khajeh Fard. 

As sanções incluem o congelamento de bens e proibição de viajar para o Reino Unido.

Na origem deste novo pacote anunciado por Londres estão os ataques aéreos mais recentes pelas forças russas com recurso a 'drones' de fabrico iraniano contra cidades ucranianas e respetivas infraestruturas energéticas, resultando em cortes de energia e aquecimento em pleno inverno.

Estima-se que mais de 6.000 civis ucranianos tenham morrido desde o início da invasão russa, principalmente como resultado de ataques com mísseis e artilharia russa, muitos dos quais direcionados contra alvos civis, violando o Direito Humanitário Internacional, invoca o Executivo.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, justifica que os 'drones' iranianos de fabrico iraniano "têm desempenhado um papel central nestes ataques", invocando informações dos Estados Unidos de que o Irão se tornou um dos principais apoiantes militares da Rússia.

"Os acordos sórdidos entre o Irão e a Rússia ameaçam a segurança global", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros, James Cleverly, através da rede social Twitter, propondo-se a castigar esta "aliança desesperada" responsável por "ataques repugnantes" na Ucrânia.

Em Teerão, o Governo iraniano afirmou hoje que a Ucrânia não apresentou provas que sustentem as suas acusações sobre a utilização pela Rússia de 'drones' de fabrico iraniano no quadro da invasão.

O ministro da Defesa iraniano, Mohamad Reza Ashtiani, disse que especialistas de Teerão e Kiev realizaram uma reunião para discutir a situação e acrescentou que "o lado ucraniano não apresentou qualquer documentação sobre o uso de 'drones' iranianos pela Rússia".

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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