ONG diz que eleições na Guiné Equatorial foram um retrocesso democrático

A organização não-governamental (ONG) Equatorial Guinea Justice considerou hoje que as eleições neste país lusófono africano foram um retrocesso e defenderam que os Estados Unidos deveriam exigir a libertação de mais de 500 presos políticos.

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Lusa
15/12/2022 11:43 ‧ 15/12/2022 por Lusa

Mundo

Guiné Equatorial

"As graves irregularidades observadas nas eleições recentemente realizadas na Guiné Equatorial são uma prova clara de um drástico retrocesso democrático", disse esta ONG, num comunicado enviado à Lusa.

No comunicado, enviado na mesma semana em que o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está a reunir-se com vários líderes africanos, entre os quais o Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, os ativistas liderados por Tutu Alicante denunciam a prisão de sete soldados e duas mulheres casadas com soldados por terem votado na oposição e a expulsão das suas casernas.

Isto, apontam, "viola o seu direito a uma votação secreta e discrimina-os por terem exercido o seu direito de votar livremente", a que se junta a morte de "pelo menos cinco civis inocentes, incluindo um polícia, e a detenção de 55 membros do partido da oposição".

"Com o Presidente Biden e a vice-Presidente Harris a reunirem-se com o sr. Obiang e dúzias de outros chefes de Estado africanos, mais de 500 prisioneiros políticos, ativistas e jovens continuam ilegalmente presos ou com acusações sem fundamento; o que as pessoas da Guiné Equatorial querem ver do Governo dos Estados Unidos é a exigência da libertação imediata destes indivíduos e uma transição negociada para a democracia", conclui-se no comunicado, que deixa muitas críticas aos observadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), por não terem identificado as irregularidades nas eleições.

A Guiné Equatorial é membro da CPLP desde 2014.

O resultado das eleições foi esmagador para o partido governamental de Teodoro Obiang, que obteve todos os lugares no Senado e no Congresso e foi reeleito com quase 95% dos votos. Obiang é o Presidente há mais tempo no poder em todo o mundo.

O seu filho e vice-Presidente, Teodoro Nguema Obiang Mangue, desafiou nas redes sociais a que os críticos encontrem provas de violações de direitos humanos e democráticos.

Teodoro Nguema Obiang Mangue, também conhecido por 'Teodorín', foi já condenado por corrupção em processos noutros países e é considerado, por analistas, o sucessor do pai na Presidência do país.

Leia Também: Guiné Equatorial. Detidos por comemorarem Dia dos Direitos Humanos

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