Moçambique deve aproveitar experiência dos EUA para "eliminar" terrorismo

Analistas defenderam hoje que Moçambique deve aproveitar a experiência dos Estados Unidos para "melhorar a sua prestação" e "eliminar" o terrorismo no norte do país, considerando que a cimeira EUA-África pode incrementar o apoio norte-americano.

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Lusa
16/12/2022 16:36 ‧ 16/12/2022 por Lusa

Mundo

Moçambique

"Os Estados Unidos têm experiências no combate ao terrorismo, então [Moçambique] pode aproveitar para melhorar a sua prestação e eliminar essa situação", disse à Lusa Rui Mape, analista e economista do Centro de Integridade Pública (CIP).

Para Rui Mape, a participação do país na cimeira em Washington demonstrou o "interesse dos Estados Unidos em Moçambique", considerando, por isso, que é preciso avaliar até que ponto o país pode "tirar influências" e "benefícios" do evento para conseguir apoios para "acabar com a situação de guerra em Cabo Delgado".

Dércio Alfazema, analista e gestor de programas no Instituto para Democracia Multipartidária (IMD) considerou que a participação de Moçambique na cimeira foi "muito importante" e pode incrementar o apoio prestado pelos Estados Unidos da América no combate ao conflito armado em Cabo Delgado.

Para Alfazema, pesa o facto de o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, ter tido a oportunidade de, na primeira pessoa, explicar a situação do país, num evento que o analista considerou uma "espécie de feira diplomática".

"O Presidente falou pessoalmente, explicou qual é o ponto de situação e esclareceu as dúvidas", frisou Alfazema, reiterando que "valeu a pena Moçambique ter participado" e "ao mais alto nível", com a presença do chefe de Estado.

"A participação de Moçambique não passou despercebida" por se tratar de um país que "está na rota do contexto global devido à sua presença no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas [ONU]", referiu o analista.

A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

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