"Informa-se que, apesar de todos os esforços do pessoal de saúde e dos médicos do Hospital Regional de Ayacucho, um dos feridos morreu na madrugada de hoje", informou a Direção Regional de Saúde de Ayacucho (Direa) em comunicado.
Aquela entidade acrescentou que também foram registados 61 feridos na sua jurisdição após os violentos confrontos ocorridos entre manifestantes, que tentaram tomar o aeroporto de Ayacucho, e membros das forças de segurança que o vigiavam.
Ayacucho tem sido, juntamente com a vizinha região de Apurímac, o epicentro dos protestos desencadeados após a fracassada tentativa de golpe de Estado de Pedro Castillo e a sua posterior destituição pelo Congresso, em 7 de dezembro, após a qual empossou como governante o até então vice-presidente Boluarte.
Na sexta-feira, pelo menos três manifestantes morreram em confrontos com a Polícia no distrito de Pichanaki, na região central de Junín.
Os que morreram em Ayacucho e Junín somaram-se aos outros seis registados em Apurímac, três em La Libertad, um em Arequipa e outro em Cuzco.
Enquanto as mortes em Apurímac ocorreram no último fim de semana, as de Ayacucho foram registadas nesta quinta-feira, nos protestos que se intensificaram para exigir o encerramento do Congresso, a renúncia de Boluarte, o avanço das eleições e a convocação de uma Assembleia Constituinte.
O Governo decretou esta quarta-feira o estado de emergência nacional por 30 dias para controlar os atos de vandalismo e violência nas manifestações e na quinta-feira decretou toque de recolher obrigatório em 15 províncias de oito departamentos.
A presidente peruana ratificou hoje a legitimidade constitucional do seu governo, enquanto as forças de segurança asseguraram que retomariam gradualmente o controle dentro do país.
"Quero transmitir as minhas condolências às famílias que perderam os seus parentes nestes tempos em que a violência desnecessária foi gerada para todo o Peru", afirmou.
Boluarte também exigiu que o Congresso aprove a proposta do executivo para avançar com as eleições gerais e sublinhou que não renunciará ao cargo.
"Estas não são marchas pacíficas, não são reivindicações sociais", disse, antes de acrescentar que as Forças Armadas "saíram às ruas" "para poder cuidar" dos cidadãos e dos bens públicos e privados.
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