"O Brasil voltou, procurando dialogar com todos". Lula falou com Putin
Numa entrevista à revista Time, em maio passado, o presidente brasileiro mostrou-se certo de que esta guerra é tanto culpa de Putin como de Zelensky. Meses depois, Lula foi colocado numa lista de personalidades que as autoridades ucranianas acusam de promoverem propaganda russa.
© REUTERS
Mundo Guerra na Ucrânia
O presidente eleito do Brasil, Lula da Silva, revelou ter conversado telefonicamente com o seu homólogo russo, Vladimir Putin.
"Conversei hoje com o presidente russo Vladimir Putin, que me cumprimentou pela vitória eleitoral, desejou um bom governo e o fortalecimento da relação entre nossos países", revelou o presidente brasileiro, numa publicação na rede social Twitter.
"O Brasil está de volta, procurando o diálogo com todos e comprometido com um mundo sem fome e com paz", acrescentou Lula, fazendo referência à invasão da Rússia na Ucrânia.
Conversei hoje com o presidente russo Vladimir Putin, que me cumprimentou pela vitória eleitoral, desejou um bom governo e o fortalecimento da relação entre nossos países. O Brasil voltou, buscando o diálogo com todos e empenhado na busca de um mundo sem fome e com paz.
— Lula (@LulaOficial) December 20, 2022
Recorde-se que, em maio deste ano, o brasileiro deu uma entrevista à revista Time, na qual explicou o seu parecer sobre o conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
Na altura, confessou não saber "se seria capaz" de evitar o conflito, mas mostrou-se certo de que esta guerra é tanto culpa de Putin como de Zelensky.
"Às vezes fico a ver o presidente da Ucrânia na televisão como se estivesse a festejar, sendo aplaudido em pé por todos os parlamentos, sabe? Esse ‘cara’ é tão responsável quanto o Putin. Ele é tão responsável quanto o Putin. Porque numa guerra não tem apenas um culpado", afirma.
Na mesma entrevista, Lula afirma que "Putin não deveria ter invadido a Ucrânia", mas que "não é só o Putin que é culpado, são culpados os Estados Unidos e é culpada a União Europeia".
"Qual é a razão da invasão da Ucrânia? É a NATO", declarou.
O agora presidente brasileiro defendeu que "se fosse presidente hoje, teria ligado para o [Joe] Biden, teria ligado para o Putin, para a Alemanha, para o [Emmanuel] Macron, porque a guerra não é saída", defendendo a necessidade de dialogar.
Lula admite não conhecer Zelensky mas considera o comportamento do presidente ucraniano estranho, "porque parece que ele faz parte de um espetáculo".
"Ele aparece na televisão de manhã, de tarde, de noite, aparece no parlamento inglês, no parlamento alemão, no parlamento francês como se estivesse a fazer uma campanha. Era preciso que ele estivesse mais preocupado com a mesa de negociação", atirou, defendendo que as pessoas estão a estimular o ódio contra Putin e por outro lado a estimular Zelensky que, neste momento, "se fica a achar o rei da cocada".
Em julho, o Centro de Combate à Desinformação, que integra o Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, colocou Lula da Silva numa lista de personalidades que as autoridades ucranianas acusam de promoverem propaganda russa.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia, e que prossegue, já causou mais de 14 milhões de deslocados dentro e para fora da Ucrânia, e a ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
Leia Também: Lula diz que brasileiros reconquistaram "direito de viver em democracia"
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com