Ébola. Uganda anuncia ter recebido remessas de vacinas experimentais

O Uganda anunciou hoje que recebeu remessas de mais duas vacinas experimentais para testar a eficácia contra uma variante de Ébola que causou já dezenas de mortes no país.

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Lusa
22/12/2022 14:25 ‧ 22/12/2022 por Lusa

Mundo

Ébola

Desde que as autoridades declararam um surto de Ébola em 20 de setembro, o país registou 142 casos confirmados e 56 mortes.

A propagação do vírus diminuiu nas últimas semanas, o que leva a crer que o surto possa ser contido.

Em causa está a variante sudanesa do vírus, para a qual atualmente não há vacina.

Três vacinas experimentais - uma desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo Instituto Jenner, na Grã-Bretanha, outra pelo Sabin Vaccine Institute, nos Estados Unidos da América e uma terceira pela International AIDS Vaccine Initiative (IAVI) - serão testadas no Uganda nas próximos semanas.

Em 08 de dezembro, o Uganda recebeu a primeira remessa de doses do Sabin Vaccine Institute.

"No sábado, 17 de dezembro, recebemos mais duas vacinas, 2.160 doses da Merck/IAVI e 2.000 doses da Universidade de Oxford/Instituto Jenner fabricadas pelo Serum Institute of India", anunciou a ministra da Saúde, Jane Ruth Aceng, numa conferência de imprensa.

As vacinas vão ser agora testadas em pacientes confirmadamente infetados com o vírus, bem como nos seus casos de contacto em dois níveis de proximidade.

As autoridades ugandesas verificaram no mês passado que os novos casos estavam a diminuir e o último paciente confirmado com a doença recebeu alta do hospital em 30 de novembro.

A ausência de casos ativos de Ébola nos últimos dias atrasou o início dos testes, de acordo com especialistas internacionais em saúde que trabalham no país.

Mas Jane Ruth Aceng disse que as autoridades já começaram a recrutar voluntários para os testes, acrescentando que o Uganda participará numa reunião global de consulta de especialistas sobre o Ébola, marcada para 12 de janeiro.

Na semana passada, o governo suspendeu as restrições que vigoravam há dois meses em duas áreas contaminadas, incluindo o recolher obrigatório entre o anoitecer e o amanhecer, proibição de viagens e encerramento de mercados, bares e igrejas.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma epidemia é considerada interrompida quando não há novos casos durante 42 dias consecutivos, o dobro do período de incubação do Ébola.

O Ébola espalha-se através de fluidos corporais e os sintomas mais comuns são febre, vómitos, sangramento e diarreia.

Segundo a OMS, a doença é difícil de conter em áreas urbanas.

O vírus devastou vários países da África Ocidental de 2014 a 2016, quando 11.300 pessoas morreram e houve mais de 28.500 casos.

Leia Também: Ébola. Bruxelas financia combate ao vírus no Uganda com 5 milhões

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