Desde que as autoridades declararam um surto de Ébola em 20 de setembro, o país registou 142 casos confirmados e 56 mortes.
A propagação do vírus diminuiu nas últimas semanas, o que leva a crer que o surto possa ser contido.
Em causa está a variante sudanesa do vírus, para a qual atualmente não há vacina.
Três vacinas experimentais - uma desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo Instituto Jenner, na Grã-Bretanha, outra pelo Sabin Vaccine Institute, nos Estados Unidos da América e uma terceira pela International AIDS Vaccine Initiative (IAVI) - serão testadas no Uganda nas próximos semanas.
Em 08 de dezembro, o Uganda recebeu a primeira remessa de doses do Sabin Vaccine Institute.
"No sábado, 17 de dezembro, recebemos mais duas vacinas, 2.160 doses da Merck/IAVI e 2.000 doses da Universidade de Oxford/Instituto Jenner fabricadas pelo Serum Institute of India", anunciou a ministra da Saúde, Jane Ruth Aceng, numa conferência de imprensa.
As vacinas vão ser agora testadas em pacientes confirmadamente infetados com o vírus, bem como nos seus casos de contacto em dois níveis de proximidade.
As autoridades ugandesas verificaram no mês passado que os novos casos estavam a diminuir e o último paciente confirmado com a doença recebeu alta do hospital em 30 de novembro.
A ausência de casos ativos de Ébola nos últimos dias atrasou o início dos testes, de acordo com especialistas internacionais em saúde que trabalham no país.
Mas Jane Ruth Aceng disse que as autoridades já começaram a recrutar voluntários para os testes, acrescentando que o Uganda participará numa reunião global de consulta de especialistas sobre o Ébola, marcada para 12 de janeiro.
Na semana passada, o governo suspendeu as restrições que vigoravam há dois meses em duas áreas contaminadas, incluindo o recolher obrigatório entre o anoitecer e o amanhecer, proibição de viagens e encerramento de mercados, bares e igrejas.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma epidemia é considerada interrompida quando não há novos casos durante 42 dias consecutivos, o dobro do período de incubação do Ébola.
O Ébola espalha-se através de fluidos corporais e os sintomas mais comuns são febre, vómitos, sangramento e diarreia.
Segundo a OMS, a doença é difícil de conter em áreas urbanas.
O vírus devastou vários países da África Ocidental de 2014 a 2016, quando 11.300 pessoas morreram e houve mais de 28.500 casos.
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