"Perda de gelo do mar"? Ursos polares podem extinguir-se no Ártico
Em causa estão as mudanças climáticas que se fazem sentir no planeta Terra, que estão a provocar um aquecimento no Ártico cerca de quatro vezes mais depressa do que o resto do mundo.
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Mundo Ursos polares
A população de ursos polares da baía de Hudson, incorporada no oceano Ártico, no Canadá, caiu 27% em apenas cinco anos. Em causa estão as mudanças climáticas que se fazem sentir no planeta Terra, que estão a provocar um aquecimento no Ártico cerca de quatro vezes mais depressa do que o resto do mundo.
Na congelada baía de Hudson, em Churchill, os ursos usam o gelo marinho como plataforma para caçar focas. No entanto, com o Ártico a aquecer cerca de quatro vezes mais depressa do que o resto do mundo, na baía o gelo marinho sazonal está a derreter mais cedo na primavera, e a formar-se mais tarde no outono, forçando os ursos a ficarem mais tempo sem comer.
Segundo um relatório do governo divulgado esta semana e e citado pela Reuters, "o que impulsionou o declínio foi um número baixo de ursos jovens e fêmeas adultas", esclareceu Stephen Atkinson, um biólogo independente da fauna selvagem que liderou a investigação em nome do governo.
De acordo com o biólogo, esta mudança na demografia não se enquadra na ideia de que os ursos estão a sair da baía de Hudson, mas sim a desaparecer.
"De certa forma, é totalmente chocante", disse John Whiteman, cientista e chefe de investigação na Conservação Internacional dos Ursos Polares sem fins lucrativos. acrescentando "que o que é realmente assustador é que estes tipos de declínios, a menos que a perda de gelo do mar seja travada, vão acabar por causar a extinção".
Os cientistas advertiram que há uma ligação direta entre o declínio da população e a perda de gelo marinho na baía de Hudson, ainda não era clara, mas que as alterações climáticas na população local de focas podem estar a fazer baixar o número de ursos marinhos.
Com a diminuição do número de crias, "estamos a olhar para uma população que envelhece lentamente e, quando se envelhece mal (gelo), os ursos mais velhos são muito mais vulneráveis ao aumento da mortalidade", destacou Andrew Derocher, que lidera o Laboratório de Ciência do Urso Polar da Universidade de Alberta
Um estudo de 2021 na revista Nature Climate Change já tinha descoberto que a maioria das populações de ursos polares do mundo estão no caminho do colapso até 2100 se as emissões de gases com efeito de estufa não forem fortemente reduzidas.
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