Organização de países islâmicos condena proibição de mulheres em ONG

Os 57 membros da Organização de Cooperação Islâmica (OIC) condenaram hoje a decisão dos talibãs de proibir as mulheres de trabalharem em organizações não-governamentais no Afeganistão, qualificando-a como um "ato estéril" contra os direitos das mulheres.

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© Sanchit Khanna/Hindustan Times via Getty Images

Lusa
27/12/2022 10:38 ‧ 27/12/2022 por Lusa

Mundo

Afeganistão

A decisão dos talibãs "foi tomada alguns dias após outra que vetou a educação das mulheres nas universidades e representa um duro golpe nos direitos das afegãs", denunciou a OCI, em comunicado hoje publicado na rede social Twitter.

"Esta medida não só vai privar as afegãs e as suas famílias das suas fontes de subsistência, como vai afetar severamente as operações humanitárias de uma vasta rede de organizações não-governamentais (ONG) nacionais e internacionais que ajudam as comunidades afegãs vulneráveis", acrescentou.

Os talibãs, que tomaram o poder no Afeganistão em 2021, justificaram a decisão alegando que as mulheres que trabalhavam em ONG humanitárias violavam as leis de indumentária feminina defendidas pela vertente fundamentalista do Islão.

Vários países árabes, incluindo os Emirados Árabes Unidos, Omã e o Qatar, condenaram as medidas dos talibãs contra as mulheres e instaram o movimento xiita a revogá-las para garantir o fluxo de ajuda humanitária às comunidades afegãs.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar, que, há um ano e meio, desempenhou um papel de mediação entre os Estados Unidos e os talibãs na transição do controlo de Cabul, sublinhou, em comunicado divulgado na segunda-feira, a "importância de todos os afegãos manterem os seus direitos, incluindo o direito ao trabalho".

Por seu lado, os Emirados Árabes Unidos consideraram que as últimas decisões dos talibãs contra as mulheres afegãs "são injustificadas" e vão, "sem dúvida, dificultar a chegada de ajuda humanitária ao Afeganistão, afetando, sobretudo, os mais vulneráveis, incluindo crianças, mulheres e idosos".

A assessora do ministro dos Negócios Estrangeiros dos Emirados, Lana Nuseibe, alertou, citada pela agência noticiosa oficial do seu país, a WAM, para o facto de "cerca de dois terços do povo afegão necessitar de assistência humanitária e perto de seis milhões de pessoas enfrentarem a ameaça de fome".

"Garantir um futuro próspero para o Afeganistão e o seu povo depende da plena integração de mulheres e meninas na sociedade", concluiu.

A decisão talibã foi anunciada no sábado pelo Ministério da Economia afegão e afeta todas as ONG, incluindo vários dos programas de ajuda da ONU.

Leia Também: Afeganistão. Mais duas ONG suspendem atividade após proibição de mulheres

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