Mais de uma centena de pessoas resgatadas no Mediterrâneo

O navio humanitário Ocean Viking, da SOS Méditerranée, resgatou 113 pessoas no mar Mediterrâneo na sua primeira operação após ter atracado em França em novembro, na sequência de um confronto diplomático entre Paris e Roma, anunciou hoje a organização.

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© Getty Images

Lusa
27/12/2022 10:58 ‧ 27/12/2022 por Lusa

Mundo

Migrações

Entre as pessoas resgatadas estão "23 mulheres, algumas das quais grávidas, cerca de trinta menores desacompanhados e três bebés, o mais novo com apenas três semanas", indicou a organização não-governamental (ONG), com sede em Marselha, no sudeste de França.

Os migrantes foram resgatados entre a noite de segunda-feira e hoje, em águas internacionais dependentes da área de busca e salvamento de Malta, próximo da Líbia, acrescentou a ONG.

Estavam num "barco pneumático preto sobrecarregado, numa total escuridão", de acordo com a SOS Méditerranée.

Os migrantes foram atendidos a bordo do navio por membros da ONG, bem como da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

Por enquanto, o Ocean Viking "continua a patrulhar" e "ainda é muito cedo" para saber onde poderá desembarcar as pessoas resgatadas, disse à agência de notícias AFP Meryl Sotty, porta-voz da SOS Méditerranée.

Em meados de novembro, o Ocean Viking atracou em Toulon, no sudeste da França, com 230 migrantes resgatados entre a Líbia e a Itália, após ficar três semanas a vagar em busca de um porto seguro.

O Governo francês concordou em receber o barco "em caráter excecional" após a recusa de Itália, situação que causou tensões diplomáticas entre os dois países.

Colocados numa "área de espera" fechada, a maioria dos sobreviventes foi libertada por ordem judicial, ou porque eram menores desacompanhados, ou porque foram admitidos em França na condição de asilados.

Desde o início do ano, 1.998 migrantes desapareceram no Mediterrâneo, incluindo 1.369 no Mediterrâneo central, a rota migratória mais perigosa do mundo, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Todos os anos, milhares de pessoas que fogem de conflitos ou da pobreza tentam chegar à Europa atravessando o Mediterrâneo a partir da Líbia, cuja costa fica a cerca de 300 quilómetros de Itália.

Leia Também: Migrações. Pentágono diz estar pronto para apoiar fronteira com o México

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