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Romena obrigada a prostituir-se após aceitar emprego como 'babysitter'
Alexandra foi enganada por uma rede de tráfico sexual. Foi escravizada durante anos. Agora denunciou o caso, mas ainda nada foi feito.
© Getty Images
Mundo Tráfico sexual
Uma mulher de nacionalidade romena revelou, na segunda-feira, ao diário italiano La Repubblica, que foi vítima de uma rede de tráfico sexual que engana mulheres na Roménia para serem exploradas como escravas sexuais em Itália.
De acordo com Alexandra, quando tinha apenas 19 anos, em 2011, foi abordada por um casal romeno que que lhe prometeu emprego como 'babysitter' [ama] em Itália. A jovem aceitou a proposta mas quando chegou a Roma percebeu que tinha sido enganada.
"Na casa para onde me levaram estavam outras seis raparigas. Foram elas que me explicaram que o trabalho não era de 'babysitter'. Tinha de me prostituir todos os dias […]. Entretanto, o casal que me ofereceu emprego tirou-me os documentos e disse-me onde devia trabalhar. Na rua 808", descreveu Alexandra.
Todas as noites, alguém da rede vinha buscar as raparigas, às 20h, e levavam-nas para se prostituírem. "Tinha de trabalhar até às 6h e tinha de fazer, pelo menos, 500 euros por dia. Se não ganhasse o suficiente, batiam-me. Tiravam-me o dinheiro todas as noites. Só conseguia ficar com 20 euros para mim", denunciou a jovem.
A exploração continuou até 2014, altura em que Alexandra conheceu Stefano, um dos seus clientes. Os dois apaixonaram-se e, em dezembro desse mesmo ano, Stefano tirou-a da rua.
Durante três anos, o casal conseguiu esconder-se dos traficantes. Mas, em 2017, durante umas férias na Roménia, os romenos que tinham oferecido emprego a Alexandra encontraram-na e raptaram-na.
E aí recomeçou o pesadelo. Alexandra foi novamente obrigada a prostituir-se e sempre que tentava fugir batiam-lhe.
Quando Stefano a descobriu, os traficantes ameaçavam-no de morte, espancaram-no e até conseguiram que fosse detido e condenado por assédio a Alexandra. Algo que não correspondia à verdade.
Entretanto, Alexandra e Stefano conseguiram, finalmente, juntar-se e denunciar tudo à polícia. Deram os nomes dos traficantes, assim como as moradas dos apartamentos onde mantinham as vítimas sob ameaça. Contudo, até ao momento, nada mudou.
"Quando passo pela rua Togliatti vejo outras raparigas no meu lugar e o casal permanece em liberdade", garantiu Alexandre ao La Repubblica.
Leia Também: "Se ganharmos a um grande levo um camião de prostitutas para o balneário"
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