Xi, que até agora não se tinha pronunciado sobre o levantamento abrupto, no início de dezembro, das principais medidas para conter os contágios pelo coronavírus no gigante asiático, falou esta sexta-feira durante um ato político em que celebrou sucessos deste último ano.
"Otimizámos a estratégia de controlo da covid-19" para "proteger melhor a vida e a saúde da população e minimizar o impacto no desenvolvimento económico e social", disse Xi num discurso transmitido pelos meios de comunicação oficiais e captado pela agência Bloomberg.
O Presidente já não usa o termo 'covid zero' para se referir à estratégia que defendeu durante quase três anos, e que Pequim aplicou para justificar a imposição de medidas de controlo rigorosas, com confinamentos e testes indiscriminados.
As autoridades chinesas reconheceram um aumento de infeções após o levantamento da maioria das restrições no início deste mês, mas analistas internacionais acreditam que o número real de doentes e mortos é consideravelmente superior à contagem oficial.
A vaga de contágios na China já levou vários países a adotarem medidas de controlo dos viajantes que chegam daquele país, como os Estados Unidos, o Japão e outros territórios asiáticos.
Na Europa, a Comissão Europeia reconheceu esta sexta-feira o aumento "alarmante" de casos de covid-19 na China e recomendou medidas de vigilância aos Estados-membros, como a sequenciação de amostras.
Numa carta enviada aos ministros da saúde dos 27 países da União Europeia e citada pela Europa Press, a Comissária Europeia da Saúde, Stella Kyriakides, diz que Bruxelas está "atenta aos desenvolvimentos", assume que é necessário estarem preparados, embora, por enquanto, não existam medidas comuns.
Itália e Espanha já anunciaram que vão realizar nos aeroportos controlos aos passageiros e tripulações oriundos da China e em Portugal o Governo anunciou esta sexta-feira que está a preparar medidas.
Também a Direção-Geral da Saúde, no seu relatório semanal sobre os vírus respiratórios, reconhece que o aumento do número de casos diários de infeção por SARS-CoV-2 na China nos últimos dias é uma situação que "deve ser acompanhada de perto nas próximas semanas".
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