A rádio e televisão estatais e também o portal de notícias Kosovo on Line confirmaram a retirada das barricadas nas cidades de maioria sérvia, com exceção de dois camiões incendiados entre quarta e quinta-feira no norte de Mitrovica, e que ainda se encontram no meio da estrada.
O levantamento total das barricadas, erguidas em protesto por uma alegada política discriminatória do governo kosovar contra a minoria sérvia, confirma algum alívio da tensão na região após um dos confrontos mais perigosos dos últimos anos entre o Kosovo e a Sérvia.
A tensão chegou a originar ataques a patrulhas de missões da União Europeia, detenções de ex-polícias sérvios do Kosovo e uma iniciativa praticamente sem precedentes de Belgrado para enviar o exército sérvio para a região.
O Presidente da Sérvia já tinha anunciado, esta madrugada, que os sérvios do Kosovo iam começar a remover as barricadas que bloqueavam o tráfego no norte do Kosovo desde 10 de dezembro, depois de ter recebido garantias de que o Governo kosovar não vai enviar as suas "forças especiais" para junto das populações sérvias do Kosovo.
"Pela primeira vez", disse Vucic, "temos garantias de que aquilo a que Pristina chama de 'exército' não pode ser destacado sem o consentimento dos habitantes sérvios e da Sérvia".
"As barricadas serão removidas, mas não a desconfiança", salientou Aleksandar Vucic, na cidade sérvia Raska (sul), no final de uma reunião com representantes da minoria sérvia do Kosovo, relatou a televisão pública sérvia RTS.
"O importante é que não haverá perseguição, mortes ou feridos, porque o Kosovo sabe agora muito bem que não tem nada a fazer lá, nem pode sobreviver sem o norte", acrescentou.
O Kosovo, de maioria albanesa exceto em algumas cidades do norte onde há mais habitantes de etnia sérvia, tornou-se unilateralmente independente da Sérvia em 2008, na sequência de uma guerra entre independentistas e guerrilheiros de Belgrado, mas a Sérvia nunca reconheceu a independência do território.