Presidente do Togo em Bamako para mediar caso de soldados detidos
O presidente do Togo, Faure Gnassingbe, que está a mediar no caso de 46 soldados marfinenses suspeitos de serem "mercenários", detidos no Mali desde julho, chegou hoje a Bamako, segundo um funcionário diplomático e uma fonte do aeroporto.
© Getty Imagens
Mundo Mali
"O Presidente Faure acaba de chegar a Bamako para uma visita de algumas horas. Foi recebido pelo Presidente Assimi Goïta", disse Abdoulaye Cissé, conselheiro diplomático do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Mali.
"Os dois chefes de Estado, após um primeiro tête-à-tête no aeroporto, tomaram a estrada para Koulouba", onde está sediada a Presidência do Mali, "para duas sessões de trabalho, incluindo uma à porta fechada entre os dois presidentes", prosseguiu.
Uma fonte do aeroporto também indicou que "o Presidente togolês acaba de chegar a Bamako" e "foi acolhido pelo presidente da transição".
A visita do chefe de Estado togolês foi também confirmada por dois funcionários.
Não foram dadas mais informações sobre a sua agenda e as razões da visita.
Os 46 soldados marfinenses suspeitos de serem "mercenários" e detidos no Mali desde julho foram condenados em 30 de dezembro a 20 anos de prisão, antes do termo do ultimato dos chefes de Estado da África Ocidental à junta maliense para que os libertasse.
Os soldados foram considerados culpados de "atacar e conspirar contra o Governo", "minar a segurança externa do Estado", "posse, porte e transporte de armas e munições de guerra (...), com o objetivo de perturbar a ordem pública através de intimidação ou terror", no final de um julgamento de dois dias em Bamako.
No seu discurso de Ano Novo, o Presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, prometeu que os soldados presos "regressarão em breve a solo marfinense".
O porta-voz do Governo da Costa do Marfim, Amadou Coulibaly, disse hoje, após a reunião do Conselho de Ministros, que é preciso "confiar no chefe de Estado".
"A Costa do Marfim escolheu um caminho, o da negociação, é o caminho diplomático, continuamos resolutamente empenhados nesse caminho", acrescentou.
Sobre as condenações dos soldados da Costa do Marfim, disse: "Nunca comentamos as decisões judiciais tomadas na Costa do Marfim, não há razão para comentarmos as decisões judiciais tomadas no estrangeiro".
Desde 10 de julho que a Costa do Marfim exige a libertação dos seus soldados, negando categoricamente que fossem "mercenários", alegando que estavam numa missão para a ONU, como parte das operações de apoio logístico à Missão das Nações Unidas no Mali (Unmis).
Em 22 de dezembro, uma delegação oficial da Costa do Marfim visitou Bamako na presença do ministro dos Negócios Estrangeiros togolês, num espírito "fraternal". Terminou com a assinatura de um memorando, com o ministro da Defesa da Costa do Marfim, Téné Birahima Ouattara, irmão do chefe de Estado, sublinhando que o assunto estava "a caminho da resolução".
O acordo alcançado entre o Mali e a Costa do Marfim deixa em aberto a possibilidade de um perdão presidencial para o chefe da junta militar maliense, Assimi Goïta, que não mencionou os soldados marfinenses no seu discurso de fim de ano.
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