Peregrinos alemães homenageiam em Roma papa Bento XVI que os orgulhou
Centenas de peregrinos chegaram a Roma vindos da Alemanha para homenagear e rezar junto ao corpo do papa emérito, Bento XVI, nascido Joseph Ratzinger na Baviera, que compatriotas seus recordam com orgulho.
© Lusa
Mundo Bento XVI
Muitos chegaram de autocarro, outros partilharam com amigos a viagem de automóvel. Duas alemãs na fila para entrar na Praça de São Pedro mostram a origem, usando o típico chapéu bávaro, de feltro verde decorado com duas penas de faisão.
"O papa Bento XVI deixou-nos orgulhosos do nosso país. Quando soubemos da sua morte, fomos à igreja rezar e decidimos vir mostrar a nossa proximidade. Era uma pessoa extraordinária", disse à Lusa Kerstin Plessner, de 62, que chegou a Roma com uma amiga da cidade de Regensburg, na Baviera.
A localidade ficou associada a uma 'lectio magistralis' proferida por Bento XVI na universidade local, em que o papa emérito criticou veementemente a religião islâmica.
Helga Strucks, de 58 anos, de Bamberg, na Alemanha, chegou de autocarro a Roma hoje para participar no funeral. Veio num autocarro com mais de 50 pessoas e viajou com pausas de 12 horas.
Entre o grupo de cinco pessoas com quem estava na Praça de São Pedro, destacou que Bento XVI foi um bom padre.
Outra alemã, Maria, Schwemmlein, de 70 anos, salientou que ele nunca se desviou da verdadeira linha da igreja Católica, enquanto outro alemão, que estava neste grupo, considerava Bento XVI um "homem santo".
Muitos padres também chegaram da Baviera, entre eles Bruno Zuchowski, que lidera a missão católica italiana em Augsburg. "O Papa Bento XVI foi o nosso pároco que partiu para a Alemanha com um forte, verdadeiro e claro testemunho de fé. Com ele, a Igreja perde um grande estudioso, um grande guia, que soube apontar o caminho a muitos fiéis", disse à Lusa.
Várias pessoas definem o papa Bento XVI como "um guia" para a fé e também há quem, depois de ler os escritos de Ratzinger, se tenha convertido ao catolicismo.
"Para mim, Ratzinger representa o meu pai. Encontrei o caminho para o catolicismo graças a ele, graças ao livro que publicou em 2007, no qual me mostrou o caminho para Jesus", disse à Lusa Iva Benedicta Sherpa, de 54 anos.
Afirma ter nascido em Erfurtm, na Alemanha Oriental. Como muitas outras famílias na Alemanha comunista e nas repúblicas soviéticas, a sua também era ateia.
"Depois de ler o seu livro decidi converter-me e em 2008 fui batizada. Esta é a 32.ª vez que venho a Roma. Em 200,7 vim a pé para expiar os meus pecados", contou.
Em relação à renúncia do papa Bento XVI e aos escândalos que envolveram o seu pontificado, afirma-se certa da sua boa fé. "Ele falou várias vezes com as vítimas de pedófilos, ouviu as suas dores, expulsou os párocos que cometeram esses atos. Ele não poderia ter feito mais", argumentou.
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