Segundo fontes da sede do Governo espanhol, Sánchez também transmitiu a Zelensky que o principal contributo de Espanha se centrará no treino de tropas e no envio de mais material militar para a Ucrânia.
A conversa, que durou cerca de 20 minutos, inclui-se na ronda de contactos telefónicos que Zelensky está a realizar com diversos dirigentes estrangeiros.
O chefe do executivo espanhol manteve várias conversas telefónicas com Zelensky desde o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro do ano passado, e deslocou-se a Kiev para se reunir com ele a 21 de abril.
Agora, Sánchez transmitiu-lhe o compromisso de Espanha com a Ucrânia em diferentes áreas, principalmente no treino de efetivos militares ucranianos e no envio de mais equipamento militar para o país -- uma ajuda que, de acordo com as mesmas fontes, "continuará enquanto for necessária".
Em dezembro de 2022, terminou o primeiro curso de formação de unidades ucranianas no Centro de Coordenação de Treino de Toledo, e em janeiro deste ano começará a segunda rotação, com a chegada de 192 militares ucranianos.
Fontes do executivo espanhol recordaram também que Espanha se comprometeu a disponibilizar 2,7 milhões de euros através do Programa Mundial de Alimentos (PMA), destinou 38 milhões de euros para atenuar os efeitos da guerra e concedeu proteção temporária a 161.321 refugiados, tornando-se o quinto país da União Europeia (UE) a emitir o maior número de vistos a cidadãos ucranianos em fuga à guerra.
As mesmas fontes indicaram ainda que Espanha é o quarto país da UE em matéria de escolarização de ucranianos (36.838) e que 74.733 "foram registados no Sistema Nacional de Saúde", ao passo que mais de 13.451 com o estatuto de proteção temporária "estão já registados para trabalhar".
Entre outras medidas de apoio à Ucrânia, Espanha enviou especialistas policiais para colaborar na investigação de crimes de guerra cometidos pelas tropas russas enviadas pelo Governo do Presidente Vladimir Putin.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 316.º dia, 6.919 civis mortos e 11.075 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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