"O Governo da República Bolivariana da Venezuela expressa a sua solidariedade para com o povo da República Federativa do Brasil, o seu Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e todas as suas instituições democráticas perante a tentativa das forças violentas de subverter a ordem constitucional e solicitar a intervenção militar", segundo um comunicado.
No documento, divulgado domingo pelo Ministério de Relações Exteriores da Venezuela, o Governo de Caracas diz ver com "assombro e preocupação as ações empreendidas por grupos fascistas e de extrema-direita, que, apoiados pelos seus líderes dentro e fora do país, tentam ignorar o resultado das eleições democráticas do passado mês de outubro e procuram atentar contra a paz social e política do povo irmão brasileiro, do seu governo e de toda a região".
"A Venezuela confia na convicção democrática do povo brasileiro, que há apenas uma semana atrás demonstrou nas ruas o seu apoio à democracia e ao Presidente Lula. Do mesmo modo, a Venezuela confia que as Forças Armadas brasileiras defenderão o seu compromisso com a Constituição e não se prestarão para aventuras golpistas", sublinha.
O documento conclui afirmando que "o Governo Bolivariano [da Venezuela] condena todos os atos de violência política e reitera o seu apoio ao povo do Brasil e ao seu Governo de união e reconstrução, liderado pelo Presidente Lula".
Apoiantes do ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, invadiram e vandalizaram no domingo as sedes dos três poderes do país em Brasília, obrigando a intervenção federal para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade internacional.
A Polícia Militar conseguiu, entretanto, recuperar o controlo da sede do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto, assim como desocupar totalmente a Praça dos Três Poderes, na capital brasileira, numa operação de que resultaram pelo menos 260 detenções.
A invasão começou depois de militantes da extrema-direita brasileira apoiantes do anterior presidente, derrotado por Lula da Silva nas eleições de outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
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