'Vice' de Bolsonaro acusa governo de detenções "desumanas"
O ex-vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, criticou, esta terça-feira, a forma como estão a ser tratados os manifestantes radicais que invadiram e vandalizaram as sedes dos três poderes em Brasília, no domingo.
© Lusa
Mundo Brasil
"A detenção indiscriminada de mais de 1.200 pessoas, que hoje estão confinadas em condições precárias nas instalações da Polícia Federal em Brasília, mostra que o novo governo, coerente com suas raízes marxistas-leninistas, age de forma amadora, desumana e ilegal", denunciou o vice-presidente do governo de Jair Bolsonaro, que deixou o cargo no último dia do ano de 2022.
"O Brasil e as pessoas detidas esperam ações rápidas dos nossos parlamentares em mandato e das verdadeiras entidades ligadas aos Direitos Humanos", acrescentou no Twitter, o senador eleito.
Em vídeos divulgados nas redes sociais, vários manifestantes radicais detidos pelas autoridades brasileiras reclamaram das alegadas condições precárias de que estão a ser alvo nos centros de detenção em Brasília.
O Ministério dos Direitos Humanos já reagiu dizendo estar em sintonia com a postura adotada pelo Presidente brasileiro, Lula da Silva, "e pelos chefes dos demais poderes no sentido de dar aos atos golpistas - e à frustrada tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito - o mais rigoroso tratamento, nos termos da Lei e da Constituição Federal".
"Como a história tem mostrado, golpistas são, invariavelmente, violadores de direitos humanos e detratores da cidadania. A verdadeira defesa dos direitos humanos, portanto, exige o repúdio ao golpismo e à violência promovida por grupos antidemocráticos e orientados pelo fascismo", detalhou.
Apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram no domingo as sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à intervenção policial para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade internacional.
A Polícia Militar conseguiu recuperar o controlo das sedes dos três poderes, numa operação de que resultaram cerca de 1.500 detidos.
A invasão começou depois de militantes da extrema-direita brasileira apoiantes do anterior presidente, derrotado por Lula da Silva nas eleições de outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios.
Entretanto, o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes afastou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por 90 dias, considerando que tanto o governador como o ex-secretário de Segurança e antigo ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres terão atuado com negligência e omissão.
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