Os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa dos EUA e do Japão devem concordar em ajustar a presença das tropas norte-americanas na ilha de Okinawa.
Enquanto se preparavam para o encontro, o Ministério da Defesa do Japão anunciou que está pronto para iniciar a construção numa ilha desabitada onde os dois exércitos vão realizar exercícios militares conjuntos.
As duas nações estão a rever a sua postura de defesa conjunta à medida que enfrentam ameaças crescentes da Coreia do Norte e da China.
As negociações desta quarta-feira serão seguidas de uma reunião esta sexta-feira entre o Presidente norte-americano Joe Biden e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, onde deverão destacar a importância das relações bilaterais.
Kishida, que se encontra numa viagem de uma semana para visitar aliados na Europa e na América do Norte, assinou um acordo de defesa com o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, esta quarta-feira, que fortalece os laços militares entre seus dois países, também em resposta à crescente assertividade militar da China.
No outro lado do Atlântico, o secretário de Estado Antony Blinken, o secretário de Defesa Lloyd Austin, bem como os homólogos japoneses, Yoshimasa Hayashi e Yasukazu Hamada, planeiam emitir uma declaração conjunta que ajustará, mas não aumentará, a presença de tropas norte-americanas em Okinawa.
O Japão e os Estados Unidos estão a transferir um dos seus principais locais de exercícios de voo para a ilha de Mageshima, no sul, que fica muito mais perto da base aérea norte-americana de Iwakuni, casa de uma frota de F-35B, face ao atual local de treino em Iwo Jima, onde decorreu uma das batalhas mais sangrentas e icónicas da Segunda Guerra Mundial.
As mudanças na implantação em Okinawa transformarão o 12.º Regimento de Fuzileiros Navais numa unidade menor e mais rápida, o 12.º Regimento Litoral de Fuzileiros Navais, que será projetado para ser mais capaz e equipado para combater um adversário e defender os EUA e os seus aliados em na região, destacaram autoridades norte-americanas.
As autoridades vincaram que a decisão não aumentará o número de fuzileiros navais na ilha e não acarreta nenhuma mudança significativa na capacidade de armamento.
O reforço da capacidade militar ou das tropas é uma questão delicada para Okinawa, local de uma das batalhas terrestres mais sangrentas do final da Segunda Guerra Mundial.
A ilha abriga mais da metade das tropas americanas baseadas no Japão, e os locais querem que esse número seja reduzido.
Embora haja um medo crescente de uma emergência em Taiwan, que vive sob a constante ameaça de uma invasão da China, que a considera parte do seu território, muitas ilhas da região estão preocupadas com o fato de que um reforço da defesa possa aumentar os riscos de serem envolvidas numa guerra.
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