"Espancamentos e eletrochoques foram os métodos mais usados", disse Volodymyr Tymoshko, chefe da direção da Polícia Nacional na região de Kharkiv.
Também houve casos em que os torturadores usaram máscaras de gás para tirar o ar aos interrogados ou os estrangularam, enquanto em outras ocasiões arrancaram unhas ou usaram lixas para serrar os dentes, disse Tymoshko, que disse haver provas de que famílias inteiras foram encarceradas em câmaras de tortura.
"Até crianças e jovens entre 14 e 16 anos estiveram nas câmaras de tortura, onde foram submetidos a pressão física e psicológica. As meninas foram ameaçadas de serem estupradas", denunciou o agente.
Tymoshko acrescentou que os corpos que foram recuperados nos territórios recuperados pelas forças ucranianas na região provam que os russos também recorreram a métodos de tortura em que foram danificados os órgãos genitais de detidos do sexo masculino.
Desde que o Exército russo se retirou de Kharkov em maio, as autoridades ucranianas dizem ter encontrado 25 instalações usadas como câmaras de tortura pelas forças de ocupação.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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