Exército israelita matou a tiro três palestinianos na Cisjordânia

Três palestinianos morreram hoje durante as operações das Forças Armadas israelitas na Cisjordânia ocupada, segundo dados divulgados pelas autoridades de saúde palestinianas.

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Lusa
12/01/2023 23:35 ‧ 12/01/2023 por Lusa

Mundo

Cisjordânia

O Exército israelita, que realiza incursões naquele território desde o início do ano passado, adiantou que os militares que entraram no campo de refugiados de Qalandia, antes do amanhecer, foram atacados com pedras e blocos de cimento.

Em resposta, as tropas abriram fogo contra os palestinianos que atiravam objetos desde os telhados, revelaram as forças israelitas citadas pela agência Associated Press (AP).

No início do dia, o Ministério da Saúde palestino identificou um dos homens mortos como Samir Aslan, de 41 anos.

A irmã de Aslan, Noura Aslan, contou que as forças de segurança israelitas invadiram a sua casa às 02:30 [00:30 em Lisboa] para deter o seu filho de 18 anos, Ramzi. Enquanto estava a ser levado, o seu pai correu para o telhado para ver o que estava a acontecer e, depois, um atirador israelita atingiu-o nas costas, acrescentou.

As forças israelitas também invadiram hoje o norte da Cisjordânia ocupada, entrando na vila de Qabatiya ao sul da cidade de Jenin e cercando uma casa na cidade.

O Ministério da Saúde palestiniano adiantou que as forças israelitas mataram a tiro Habib Kamil, de 25 anos, e Abdel Hadi Nazal, de 18 anos.

O Exército israelita referiu que as forças de segurança entraram em Qabatiya para prender Muhammad Alauna, um palestiniano suspeito de planear ataques militantes.

A mesma fonte acrescentou que os militares dispararam contra vários palestinianos durante a operação, incluindo um homem que tentou fugir do local com Alauna, um atirador que disparou contra as forças desde o seu carro, bem como um grupo de palestinianos que atiraram pedras contra as tropas israelitas.

Não ficou imediatamente claro o que Kamil estava a fazer quando foi baleado.

As mortes de hoje elevam para nove o número total de palestinianos mortos na Cisjordânia este ano, incluindo dois mortos esta quarta-feira em incidentes separados na Cisjordânia.

Um foi morto durante uma operação na prisão militar israelita no norte do território e outro depois de esfaquear e ferir um homem israelita num assentamento no sul.

Israel intensificou os seus ataques militares na primavera passada, depois de uma série de ataques palestinianos contra israelitas que matou 19 pessoas. As autoridades israelitas dizem que as operações visam desmantelar redes militantes e impedir futuros ataques.

Segundo uma contagem da AFP, no conflito israelo-palestiniano morreram pelo menos 201 palestinianos, 150 dos quais na Cisjordânia, e 26 israelitas em 2022.

O aumento da violência ocorre quando o novo governo ultranacionalista e ultraortodoxo de Israel, o mais à direita de todos os tempos, está a traçar a sua agenda legislativa, que deve adotar uma linha dura contra os palestinianos e impulsionar a construção de assentamentos na Cisjordânia.

Israel conquistou Jerusalém Oriental durante a Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967, juntamente com a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.

Posteriormente, anexou Jerusalém Oriental, uma decisão nunca reconhecida pela comunidade internacional.

Os palestinianos pretendem recuperar a Cisjordânia ocupada e Gaza e reivindicam Jerusalém Oriental como capital do Estado da Palestina.

Desde então, Israel estabeleceu 500.000 pessoas em cerca de 130 assentamentos em toda a Cisjordânia, que os palestinianos e grande parte da comunidade internacional consideram como um obstáculo à paz.

Leia Também: Exército israelita mata palestiniano em operação na Cisjordânia

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