Novo balanço talibã refere 23 mortos no atentado do Daesh em Cabul
O governo talibã indicou hoje que morreram 23 pessoas no ataque do Estado Islâmico contra o Ministério dos Negócios Estrangeiros depois de as Nações Unidas terem referido dez vítimas mortais e 53 feridos.
© Getty Images
Mundo Cabul
Inicialmente, as autoridades de Cabul tinham indicado que tinham morrido cinco civis que se encontravam frente ao edifício do ministério na capital afegã, quinta-feira, na altura do ataque de um bombista suicida do grupo Estado Islâmico.
Hoje, uma fonte que pediu anonimato disse à cadeia de televisão afegã Amu Tv que o balanço é de 23 mortos, acrescentando que se tratam de funcionários do ministério.
De acordo com a Amu Tv, citando a mesma fonte, o atentado provocou ainda "cerca de vinte feridos, entre os quais quatro talibãs".
Por norma, as autoridades de Cabul evitam fornecer números específicos das vítimas de atentados.
O último ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico, sendo este o sexto grande atentado do grupo extremista sunita nos últimos 50 dias, no Afeganistão.
Outras fontes como o porta-voz da autointitulada resistência anti-talibã do Panshir, Sibghatula Ahmadi, difundiu hoje um texto através da rede social Twitter afirmando que o último atentado em Cabul "fez pelo menos 50 mortos" acusando os guardas talibã de terem disparado armas de fogo no momento da explosão que atingiram funcionários do ministério.
Tratam-se de informações que não foram confirmadas por fontes independentes sendo que os talibã recusaram-se a comentar as declarações de Ahmadi.
Nove horas após o atentado, o grupo Estado Islâmico reivindicou o ataque suicida que teve como "objetivo perturbar a reunião entre os talibã e diplomatas estrangeiros".
A estação de televisão Amu TV noticiou, citando fontes próximas do Ministério dos Negócios Estrangeiros afegão, que antes da explosão uma delegação da missão da ONU no país (UNAMA), liderada pelo enviado Markus Potzel estava no edifício reunido com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Sher Mohamad Abbas Stanikzai.
Ainda segundo a mesma estação de televisão, a explosão ocorreu cinco minutos depois do vice-ministro sair do edifício.
A delegação da UNAMA também tinha abandonado as instalações quinze minutos antes do atentado.
De acordo com a organização não-governamental italiana Emergency, que mantém a funcionar um hospital em Cabul, trata-se do maior atentado desde o início do ano, na capital do Afeganistão.
A Emergency diz que recebeu no hospital 29 feridos após ataque.
O Estado Islâmico tem sido responsável pelos vários atentados ocorrido no país, após a tomada do poder pelos talibã em agosto de 2021, após a retirada das forças internacionais.
Centenas de pessoas morreram ou ficaram gravemente feridas em atentados que atingem sobretudo as minorias xiitas e sikh, estrangeiros e as novas autoridades talibã.
Analistas internacionais consideram que os extremistas do Estado Islâmico, um grupo sunita como os talibã mas com profundas divergências ideológicas entre si, continuam a ser a principal ameaça ao novo regime de Cabul.
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