1.ª sessão plenária do ano do Parlamento Europeu marcada por 'Qatargate'
O Parlamento Europeu inicia na segunda-feira, em Estrasburgo, a primeira sessão plenária de 2023 que será dominada pelo escândalo 'Qatargate' e que inclui a eleição de um novo vice-presidente, estando ainda agendado um debate sobre a situação no Brasil.
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Na quarta-feira, o Parlamento Europeu (PE) deverá eleger, por maioria absoluta, um novo vice-presidente da assembleia, o quinto em 14 segundo a ordem estipulada, em substituição da eurodeputada grega Eva Kaili, afastada do cargo e também do grupo dos Socialistas e Democratas (S&D) em consequência do alegado envolvimento no escândalo de corrupção conhecido como 'Qatargate'.
O caso de alegada corrupção em favor dos interesses do Qatar, no âmbito da organização do Mundial de Futebol 2023, junto das instituições europeias está em investigação e também poderá envolver Marrocos e a Mauritânia.
A eleição de quarta-feira mantém a ordem de precedência e os candidatos podem ser propostos por um vigésimo dos deputados do PE ou por um grupo político, segundo o regulamento, tendo o S&D avançado com o luxemburguês Marc Angel para o cargo.
Antes, na segunda-feira, a presidente do PE, Roberta Metsola, deverá anunciar perante o plenário que o pedido de levantamento da imunidade de dois eurodeputados foi recebido, e será examinado, na sequência da solicitação das autoridades judiciárias belgas que investigam as alegações de corrupção.
Outros dois eurodeputados também foram alvos de um pedido de levantamento da imunidade pela Procuradoria Europeia, por alegadas fraudes que lesavam o orçamento da UE, um dos quais Eva Kaili, já envolvida no 'Qatargate'.
Na passada quarta-feira, dia 11 de janeiro, a eurodeputada belga do S&D Maria Arena anunciou a sua demissão da presidência da subcomissão de Direitos Humanos do PE, que abandonara temporariamente há um mês quando o escândalo 'Qatargate' foi exposto publicamente.
Esta subcomissão surge no centro do escândalo, havendo suspeitas de pagamentos de países como o Qatar, Marrocos ou a Mauritânia para tentar interferir em decisões daquele organismo.
A investigação conduzida pelas autoridades belgas permitiu a apreensão de malas com dinheiro no total de 1,5 milhões de euros.
Até agora, quatro pessoas foram indiciadas pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e participação numa organização criminosa, e três delas têm ligações próximas com aquela subcomissão.
A par de Eva Kaili, o assessor e companheiro da eurodeputada grega Francesco Giorgi e o ex-eurodeputado italiano Pier Antonio Panzeri são outros dos nomes envolvidos no escândalo.
Ainda para quarta-feira está agendado um debate sobre a invasão, por apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, das sedes dos poderes legislativo, executivo e judicial do Brasil.
Apoiantes de Bolsonaro invadiram e vandalizaram no domingo passado as sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à intervenção policial para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade internacional.
A invasão começou depois de militantes da extrema-direita brasileira que apoiam o anterior presidente, derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios, na capital brasileira.
Entretanto, o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes afastou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por 90 dias, considerando que tanto o governador como o ex-secretário de Segurança e antigo ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres terão atuado com negligência e omissão.
Torres é alvo de um pedido de prisão que ainda não foi cumprido por se encontrar em viagem aos Estados Unidos da América.
A polícia brasileira identificou, interrogou e prendeu 1.159 'bolsonaristas' envolvidos nas invasões e vandalização das sedes dos três poderes em Brasília, segundo um balanço da Polícia Federal.
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