"Eu não matei". Castillo acusa Congresso do Peru de violar direitos
O ex-Presidente do Peru, Pedro Castillo, acusou esta terça-feira o Congresso peruano de violar o seu direito de defesa e garantiu que a sua intenção nunca foi fugir do país, onde ficará para "prestar contas" se necessário.
© Carlos Garcia Granthon/Fotoholica Press/LightRocket via Getty Images
Mundo Peru.
"(...) Porque tenho eu de fugir do país? Porque teria que pedir a minha saída do país? Onde está a evidência de que quero fugir? Eu não matei, não roubei, não prejudiquei ninguém", sublinhou o ex-Presidente na rede social Twitter.
Castillo assegurou que, em caso de "prestação de contas", irá fazê-lo no Peru, já que "nunca" teve a menor intenção de sair do país.
"Porque assumi e assumo o mais importante e sagrado mandato que este povo me deu como Presidente da República", frisou.
O ex-Presidente peruano também enfatizou que "durante o processo de vazio no Congresso não houve julgamento político".
"Também não me foi concedido o direito de defesa, conforme determina a lei peruana", acrescentou.
Castillo está detido desde 17 de dezembro, depois da justiça peruana ter decretado 18 meses de prisão preventiva, enquanto é investigado por alegados crimes de rebelião, formação de quadrilha, abuso autoridade e perturbação da paz pública.
As manifestações no Peru começaram em dezembro passado após Dina Boluarte (que era vice-presidente) ter assumido a chefia do Estado na sequência da destituição do então Presidente Pedro Castillo, pelo Congresso, acusado de tentar executar um golpe de Estado ao anunciar a dissolução deste órgão.
Desde essa altura, milhares de pessoas têm-se manifestado a pedir a renúncia de Boluarte, novas eleições em 2023, a libertação de Castillo e justiça para as vítimas dos protestos.
Pelo menos 49 pessoas já morreram e mais de 300 foram detidas.
Milhares de manifestantes estavam esta terça-feira reunidos na capital peruana, Lima, onde planeiam um protesto nacional a realizar esta semana para exigir a renúncia da Presidente e novas eleições.
O objetivo é que o protesto esteja ao nível das manifestações de julho de 2000 contra o ex-autocrata Alberto Fujimori.
Na sequência dos confrontos e do elevado número de vítimas, várias organizações de defesa dos direitos humanos, incluindo a Amnistia Internacional e o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, exortaram as autoridades a terminar com o "uso indevido da força contra a população civil" e assegurar o respeito pelos direitos humanos.
O Peru prolongou este fim de semana, por mais 30 dias, o estado de emergência em sete regiões do país, incluindo em Lima, para tentar conter os protestos antigovernamentais.
A medida autoriza o exército a intervir para manter a ordem pública e suspende vários direitos constitucionais como a liberdade de circulação e de reunião e a inviolabilidade do domicílio, segundo um decreto publicado no sábado à noite.
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