"Vamos continuar a apoiar a Ucrânia com grandes carregamentos de armas, em coordenação com os nossos parceiros", disse o líder alemão, na sua intervenção no Fórum Económico Mundial, que decorre em Davos, na Suíça.
Isto inclui "sistemas defensivos como o Iris-T ou o Patriot".
O Iris-T é um míssil de médio alcance, teleguiado através de raios infravermelhos, que funciona tanto nas variantes terra-terra e ar-ar como na de terra-ar.
Os mísseis Patriot -- que já foram doados à Ucrânia pelos Estados Unidos - são um sistema de mísseis terra-ar fabricado pelos EUA e utilizado por vários dos Estados-membros da NATO.
A Alemanha tem estado sob forte pressão de vários dos seus aliados para fornecer a Kiev tanques Leopard 2 (de produção alemã), depois de já ter fornecido blindados do tipo Gepard (viatura alemãs de combate antiaéreo de alta tecnologia) e de se ter comprometido a enviar Marder (veículos de combate de infantaria da Alemanha, usados na Guerra Fria), enquanto na segunda-feira começou a levar baterias do sistema Patriot para a Polónia.
Scholz relembrou que a ajuda do seu país a Kiev já alcança 12.000 milhões de euros e insistiu que o compromisso de defender a Ucrânia da agressão russa se manterá "pelo tempo que for necessário".
"A Rússia falhou todos os seus objetivos", referiu, adiantando que a Alemanha conseguiu, "em poucos meses", um grande avanço rumo à completa independência energética relativamente ao gás, petróleo e carvão russos.
O chanceler aproveitou ainda a sua intervenção em Davos para enviar condolências pela tragédia hoje registada perto de Kiev, quando um helicóptero se despenhou, provocando a morte de pelo menos 18 pessoas, entre as quais o ministro ucraniano do Interior.
A intervenção de Scholz em Davos antecede a reunião ministerial da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte, na sigla em inglês), agendada para sexta-feira na base norte-americana de Ramstein, em território alemão, que terá como foco o apoio militar à Ucrânia.
A questão foi alvo de uma conversa telefónica entre o líder alemão e o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na terça-feira à noite, estando prevista para quinta-feira a visita a Berlim do secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e quase oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.031 civis mortos e 11.327 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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